Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Melissa Almeida dos Santos - Psicólogo CRP 06/145112
As “birras” e “pirraças”, apesar de incômodas para os cuidadores, são consideradas normais em algumas fases do desenvolvimento infantil. No entanto, existem casos em que elas podem indicar a presença do transtorno opositivo desafiador, o TOD.
Essa condição é caracterizada por comportamentos frequentes de desobediência, teimosia, raiva, dificuldade em lidar com frustrações, entre outros aspectos.
Mas como diferenciar o TOD de uma simples fase da criança? Daremos a resposta neste artigo. Continue lendo para saber tudo sobre esse transtorno. Boa leitura!
O que é o transtorno opositivo desafiador?
O transtorno opositivo desafiador, ou simplesmente TOD, é uma condição que ocorre na infância e tem como características o comportamento desafiador e impulsivo, intensa teimosia, dificuldade de lidar com frustrações, desobediência, teimosia, agressividade e outras atitudes bastante negativas.
Assim, embora seja comum que as crianças apresentem resistência em determinadas situações, sejam teimosas e, até mesmo, façam as famosas “birras”, o TOD vai além, podendo comprometer severamente o desenvolvimento social da criança.
Quais são as causas do transtorno opositivo desafiador?
As causas do transtorno opositivo desafiador não são totalmente conhecidas.
No entanto, acredita-se que ele possa ser desencadeado em crianças que estejam crescendo em um ambiente agressivo, negligente, em que não recebem a devida atenção e/ou que tenham sofrido abuso.
Portanto, há uma propensão a entender que as causas estão mais relacionadas a fatores ambientais.
Quais são os sintomas do TOD?
Os sintomas do TOD costumam se iniciar no período entre as fases da pré-escola e ensino médio. Assim, os mais característicos e comuns nessa condição são:
- Desobediência
- Desafio a regras e recusa a seguir instruções
- Irritabilidade
- Raiva constante
- Agitação
- Agressividade e sentimento de vingança
- Teimosia excessiva
- Tendência a culpabilizar os outros pelos seus erros
- Comportamentos impulsivos
- Dificuldade para expressar emoções intensas sem gritar
- Dificuldade em lidar com as frustrações
- Falta de paciência frequente
Como diferenciar o transtorno opositivo desafiador de comportamentos presentes na infância?
Como deu para perceber, os sintomas listados acima podem ser facilmente confundidos com um comportamento comum da infância, sobretudo em fases de transição. Por isso mesmo, não é simples realizar o diagnóstico do TOD.
Naturalmente, quando os cuidadores suspeitarem que a criança possa ter o transtorno opositivo desafiador, é imprescindível levá-la em um especialista para um diagnóstico adequado. Entretanto, existem alguns pontos que podem ser observados antes para tentar diferenciar o TOD de uma fase desafiadora do desenvolvimento do seu filho. Sendo eles:
- Padrão persistente: o TOD não é um evento pontual ou transitório. Ele deve estar presente por, no mínimo, 6 meses e ocorrendo com frequência.
- Contexto: esse transtorno ocorre em diversos ambientes, e não apenas em um espaço específico, como é o caso de algumas pirraças que a criança faz apenas em casa e na presença dos pais.
- Impactos: o TOD, diferente de uma “birra” pontual, interfere nas relações sociais da criança, no seu rendimento escolar e em outras esferas da sua vida.
A partir da observação desses pontos, é possível ter uma boa noção sobre o comportamento da criança, isto é, se ele refere-se ao transtorno opositivo desafiador ou se diz respeito a uma fase transitória do seu desenvolvimento.
Como é feito o diagnóstico do transtorno opositivo desafiador?
O diagnóstico do transtorno opositivo desafiador deve ser realizado por um neuropediatra, psiquiatra ou psicólogo. Para isso, ele fará uma análise e avaliação completa a partir da:
- Entrevista com a criança;
- Entrevista com os pais, cuidadores e/ou professores que poderão descrever melhor o comportamento da criança;
- Observação do comportamento da criança em diferentes situações;
- Testes psicológicos e de comportamento (nem sempre utilizados).
Vale reforçar que, para o diagnóstico, é necessário que a criança apresente os sintomas do TOD por, pelo menos, seis meses, que eles se manifestem em mais de um ambiente e que estejam interferindo na capacidade de funcionamento do paciente.
Durante a investigação para identificar a existência ou não do transtorno opositivo desafiador, o especialista avaliará a criança integralmente em busca de outras condições psicológicas, como depressão, ansiedade e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Isso porque, nas crianças, essas manifestações também podem desencadear sintomas parecidos com os do TOD. Logo, é preciso descartar outras possibilidades.
Como tratar o TOD?
O tratamento do transtorno opositivo desafiador é multidisciplinar e envolve a atuação dos pais – como veremos no próximo tópico – e o apoio profissional.
Assim, quando falamos de apoio profissional, nos referimos especificamente à psicoterapia. Isso porque a base do tratamento do TOD é a regulação emocional e o controle do comportamento da criança, algo que pode ser alcançado com a ajuda de um psicólogo.
Sim, por meio da terapia cognitivo-comportamental, é possível ajudar a criança a trabalhar o autocontrole e a desenvolver suas habilidades para resolução de problemas e de comunicação, sem a irritabilidade e a agressividade presentes no TOD.
Além da terapia individual, a terapia familiar também pode ser interessante, uma vez que o seu foco é auxiliar na melhora da comunicação entre crianças e seus pais/cuidadores e do funcionamento da família de uma forma geral.
Caso haja condições subjacentes, como ansiedade e TDAH, o acompanhamento psiquiátrico também pode ser indicado para a prescrição de medicamentos que ajudem a controlar sintomas como impulsividade e irritabilidade.
Como lidar e ajudar uma criança com esse transtorno?
Desafiar a criança ou impor castigos a ela, por exemplo, não é o melhor caminho caso ela tenha o transtorno opositivo compulsivo. Isso pode gerar mais conflitos e piorar os sintomas dela, prejudicando o seu bem-estar geral.
Por isso, a seguir, listamos algumas dicas que podem te orientar sobre como lidar melhor com o seu filho e ajudá-lo a superar essa condição:
- Crie um ambiente de comunicação não violenta e reforço positivo;
- Utilize palavras cuidadosas e um tom de voz calmo diante do comportamento desafiador;
- Espere um momento adequado para conversar com a criança sobre os seus comportamentos negativos;
- Elogie as qualidades do seu filho e reconheça seus esforços, inclusive os pequenos;
- Mostre à criança que você compreende suas emoções e que ela pode ter confiança em expressá-las com você, mas de outro modo.
Para além desses pontos, é muito importante que todos os cuidadores estejam alinhados em suas abordagens e condutas dentro de casa. Isso é importante para não confundir a criança e nem deixá-la insegura.
Desse modo, seguindo todas as dicas e orientações deste conteúdo, é possível proporcionar qualidade de vida a ele uma melhora funcional nas suas relações.
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Autor: psicologa Melissa Almeida dos Santos - CRP 06/145112Formação: Formação em TCC - Terapia Cognitiva Comportamental pelo CETCC e formação em Psicologia Organizacional pela PUC-SP. Tem expertise em questões como relacionamentos, ansiedade, conflitos profissionais e de carreira, estresse, conflitos familiares, depressão etc...