Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Tamiris Mariana Silva Lax - Psicólogo CRP 06/169225
Você é uma pessoa reflexiva? A reflexão é a ação de refletir ou analisar um objeto, acontecimento ou tópico detalhadamente.
Ela pode ser muito útil para o desenvolvimento pessoal e aquisição de conhecimento sobre si mesmo.
Muitos dos nossos comportamentos, crenças, hábitos e manias estão guardados em nosso inconsciente, como se estivessem trabalhando em uma sala de operações.
Eles ditam como nós nos sentimos, agimos e pensamentos no cotidiano. Às vezes, essas instruções são benéficas. Em outras, elas não são.
Para entrar nessa sala de operações e tomar controle do que está acontecendo, precisamos quebrar o nosso piloto automático e reprogramar o que está sendo transmitido pelo inconsciente.
Psicólogos explicam que a reflexão é uma ferramenta eficiente para alcançar esse objetivo.
Ela é a base do autoconhecimento e técnicas de psicologia utilizadas no atendimento psicoterapêutico.
Neste post, confira como você pode passar a praticar a reflexão em seu dia a dia.
Benefícios da reflexão
Grande parte das pessoas hoje está ocupada, distraída e estressada. O trabalho e as obrigações familiares tomam conta, fazendo com que reste pouco tempo para a introspecção.
Logo, elas não conseguem se programar para praticar a reflexão.
O medo é outro empecilho para colocar os pensamentos em ordem.
“E se eu descobrir algo ruim sobre mim ou as pessoas que amo? E se eu chegar a uma conclusão desagradável sobre a realidade?” são pensamentos que rodeiam a mente das pessoas que não têm o costume de parar e refletir.
O temor é ainda mais intenso quando se precisa conviver com uma questão mal resolvida.
Há, ainda, quem acredite ser incapaz de praticar a introspecção por ser muito agitado ou enxergar esse tipo de conduta como “perda de tempo”.
Afinal, do que adianta pensar quando elas podem agir?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a reflexão somente traz benefícios para nós e pode facilmente ser integrada ao nosso cotidiano. Confira alguns deles abaixo:
- Auxilia na resolução de problemas;
- Promove a modificação de comportamentos disfuncionais;
- Conduz a ações mais conscientes no dia a dia;
- Facilita a tomada de decisão;
- Melhora a conexão com as emoções;
- Promove o autoconhecimento;
- Eleva a autoestima;
- Ajuda a manter um estado emocional calmo; e
- Estimula a empatia.
Todas os benefícios acima são um sinal de inteligência emocional, ou seja, da capacidade de administrar as emoções conforme a necessidade.
A reflexão permite que essa habilidade seja desenvolvida a partir do momento em que troca a programação antiga do nosso inconsciente por uma nova, mais coerente com quem somos no momento e com o que queremos alcançar.
Como se preparar para praticar a reflexão?
Como assim “se preparar” para praticar a reflexão? Ela não acontece naturalmente?
A resposta é tanto sim quanto não.
Ela pode ser desencadeada com naturalidade, mas é preciso entrar no estado emocional correto para aproveitá-la.
Caso contrário, você pode acabar ignorando insights importantes.
Você pode se preparar para refletir ao praticar a respiração profunda ou fazer alguns minutos de meditação.
Sair para caminhar pelo bairro ou por um cenário bonito, praticar exercícios físicos e/ou ouvir um áudio relaxante são outras opções para instigar um estado de tranquilidade.
Encontre a que funcione melhor para você!
Depois, você já pode começar a refletir sobre o assunto desejado.
É interessante anotar as reflexões tanto para internalizá-las mais profundamente quanto para poder retornar a elas em outro momento de necessidade.
Além disso, algumas pessoas afirmam se sentir mais tranquilas quando colocam as suas preocupações para fora através da escrita.
Como praticar a reflexão?
Confira cinco dicas para instigar a reflexão abaixo.
1. Faça questionamentos para entender como se sente
Como você fica quando está estressado? Ansioso? Preocupado? Esses sentimentos não são muito legais, não é mesmo?
Quando estamos assim, encontramos dificuldade para fazer as coisas mais simples, como afazeres domésticos, demandas profissionais e até interagir com os outros.
Se não cuidarmos do nosso humor, ele também pode se agravar e desencadear pensamentos e visões de mundo negativas.
Você pode começar a pensar que nada parece dar certo na sua vida ou que ninguém gosta de você. Em outras palavras, pensamentos incondizentes com a realidade.
Para quebrar essa espiral de emoções e pensamentos pouco produtivos, levante questionamentos pertinentes sobre você, os acontecimentos e o mundo.
Se pergunte o porquê de você estar estressado, ansioso ou preocupado, e o que pode fazer para combater esses sentimentos.
Por exemplo, a fonte do estresse é um relacionamento ou um hábito ruim?
O que você pode fazer para amenizar esse sentimento ruim, desde mudanças pequenas até grandes modificações em seu estilo de vida?
2. Faça questionamentos para criar um plano de ação
Você também pode recorrer aos questionamentos para decidir o que fazer diante de uma situação ou tomar uma decisão importante.
Por exemplo, reflita sobre como uma situação complicada se desencadearia se você agisse de forma A e de forma B.
Em seguida, faça comparações para chegar à conclusão de qual opção é a mais adequada para aquele momento.
Tenha em mente que você pode não estar certo e precisar fazer novas reflexões no futuro.
Hábitos ruins naturalmente trazem consequências negativas.
Se você não tiver um horário definido para dormir ou manter uma alimentação desequilibrada, poderá ter problemas de saúde no futuro.
O que você pode fazer para ter hábitos positivos?
Se você tentou fazer uma mudança e não conseguiu, se pergunte o que está causando essa estagnação.
É o medo do novo? É preguiça? É comodismo? Faça várias perguntas, mesmo se você achar que não encontrará respostas.
Se precisar, repita os questionamentos por vários dias.
Essa é uma prática comumente adotada por pessoas criativas em busca de ideias inovadoras. A resposta eventualmente chegará à sua mente.
3. Reflita sobre como você lida com seus sentimentos
Algumas pessoas acreditam que devem esconder os seus sentimentos ou manter distância deles.
Já outras pensam que vivê-los com intensidade é a melhor maneira de levar a vida.
Ao mesmo tempo em que os sentimentos não devem ser ignorados ou tratados como inconvenientes, eles não devem ser administrados com irresponsabilidade.
Quem teme se conectar com seus sentimentos pode ter dificuldade para geri-los em momentos de estresse.
Em vez de resolver os conflitos conversando ou buscando o benefício mútuo, o indivíduo parte para a ação ou se recusa a resolver a questão.
Já a pessoa intensa pode se deparar com uma dificuldade semelhante na hora de encontrar uma solução para os seus dilemas.
Como não consegue administrar bem as suas emoções, elas podem ganhar proporções além do imaginado.
O ideal é encontrar o equilíbrio. Será que você consegue lidar com seus sentimentos desse jeito? Caso não consiga balanceá-los, se pergunte o porquê disso.
4. Faça questionamentos para resolver conflitos internos
A maioria dos nossos dilemas possuem raízes mais profundas do que pensamos.
Eles estão enraizados em traumas, emoções não digeridas corretamente, acontecimentos do passado, medos e preocupações.
Você pode estimular a reflexão para tentar resolver os seus conflitos internos e levar uma vida mais centrada no presente.
Por exemplo, se você tem dificuldade para fazer coisas novas, se pergunte de onde vem isso.
É algo que você sente desde pequeno? Algo aconteceu para fazer você ter essa preferência? Outra questão que costuma estagnar as pessoas é a insegurança.
Será que aconteceu algo para você se sentir inseguro e nutrir esse sentimento por muitos anos?
As pessoas geralmente estão mais ou menos cientes do que pode estar por trás de um conflito interno.
Todavia, elas temem tocar no assunto e despertar mais sentimentos negativos ou reviver memórias desagradáveis.
Caso você se sinta assim, procure um psicólogo para ajudá-lo a digerir os seus conflitos internos.
Em alguns casos, a reflexão pode piorar a situação.
5. Desenvolva a autopercepção
A reflexão nos proporciona respostas, mas como saber se elas estão sendo bem aproveitadas? Como não cair na armadilha da programação antiga? Para isso, é preciso afiar a sua autopercepção.
Preste atenção no que você faz no dia a dia. Tente “se pegar” agindo conforme a programação instruída pelo inconsciente.
É muito comum voltar aos hábitos antigos quando não se tem percepção de como você age no dia a dia. E não há problema nisso!
O problema está em continuar agindo da mesma maneira, principalmente quando se espera encontrar resultados diferentes.
Assim que você “se enxergar”, procure direcionar a maneira como você age, pensa e sente conforme a sua nova programação.
Ao fazer isso, você eventualmente conseguirá consolidar uma mudança positiva e, ainda, desenvolver a sua autopercepção.
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Autor: psicologa Tamiris Mariana Silva Lax - CRP 06/169225Formação: A psicóloga Tamiris Lax atua em seus atendimentos com a abordagem TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) e ABA (Análise do Comportamento Aplicada). É especialista em Perícia Psicológica e Neuropsicológica pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.