Psicologia humanista: o que é e para quem é apropriada

A psicologia humanista é a abordagem psicológica focada na pessoa.

As suas necessidades, emoções e desejos são o foco da psicoterapia e, através da sua exploração, o psicólogo consegue guiar o paciente em direção ao caminho desejado.

Isso não significa, contudo, que a psicologia humanista tenha um viés egoísta.

Pelo contrário, esta abordagem acredita que é por meio da autorrealização, amor-próprio e saúde mental que as pessoas conseguem contribuir para o mundo.

No post de hoje, abordamos tudo sobre essa abordagem psicoterapêutica.

O que é psicologia humanista?

A psicologia humanista é uma abordagem psicológica cujo principal foco é a experiência subjetiva de cada indivíduo.

Em outras palavras, ela procura decifrar as necessidades, desejos, traços de personalidade, emoções e percepções das pessoas.

Para conduzir a psicoterapia clínica, são levados em consideração todos os fatores que tornam um indivíduo quem ele é.

Além das experiências de vida e crenças pessoais, o psicólogo analisa como o paciente responde as suas emoções.

Quais são os mecanismos de defesa dele?

E os hábitos que nascem deles?

Quais são os comportamentos que ele cultiva no dia a dia?

Através desses questionamentos, ele consegue compreender como o paciente opera em um nível mais profundo.

Com isso, a psicologia humanista vista estimular o crescimento pessoal, autoconhecimento, autenticidade e potencial humano.

Como dito, o esforço para impulsionar o desenvolvimento pessoal consequentemente promove mudanças no mundo e na vida das pessoas que cercam o indivíduo.

Quando possuímos um bom relacionamento conosco, conseguimos trabalhar de maneira produtiva, conviver harmonicamente com familiares, amigos, colegas e cônjuge, e concluir projetos pessoais.

Como surgiu a psicologia humanista?

A psicologia humanista foi desenvolvida por um grupo de psicólogos que consideravam as teorias psicanalítica e behaviorista não satisfaziam todas as necessidades dos pacientes.

Segundo eles, essas abordagens psicológicas possuem uma visão limitada da natureza humana.

Sendo assim, uma abordagem com foco principal na subjetividade de cada pessoa foi desenvolvida a partir da contribuição de vários profissionais.

Movimentos filosóficos, sociais e culturais das épocas de 1950 e 1950, como existencialismo, humanismo e contracultura, influenciaram a sua criação.

Aos poucos, a psicologia humanista se transformou em uma das principais abordagens contemporâneas, influenciando outras teorias e técnicas psicoterapêuticas. 

Quais são os psicólogos humanistas?

Abraham Maslow (1908 – 1970) e Carl Rogers (1902 – 1987) são os principais nomes quando se falava em psicologia humanista.

A principal contribuição de Maslow para esta abordagem é a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow, um conceito bastante conhecido.

Segundo essa teoria, o ser humano possui um grupo de cinco necessidades: fisiológicas, segurança, sociais, estima e autorrealização.

As primeiras três necessidades são consideradas as mais básicas e precisam ser satisfeitas antes das necessidades de níveis de superiores.

Carl Rogers desenvolveu uma técnica psicoterapêutica com foco no cliente baseada na empatia e aceitação incondicional.

É dever do psicólogo criar um ambiente acolhedor e seguro para que o paciente se sinta confortável para explorar todos os aspectos do seu ser.

Outros teóricos humanistas que contribuíram para o enriquecimento da abordagem são:

• Rollo May (1909 – 1994), conhecido como “pai da psicoterapia existencial” e o destaque concedido à busca pelo propósito de vida;
• Fritz Perls (1893 – 1970), fundador da abordagem Gestalt, cujo foco é a integração entre o pensamento, sentimento e ação; e
• Clark E. Moustakas (1923 – 2012), um dos idealizadores da Associação Humanista de Psicologia e do Jornal da Psicologia Humanista.

Quais são os pilares da psicologia humanista?

Esta abordagem psicológica possui alguns pilares os quais norteiam os atendimentos psicoterapêuticos:

Foco no indivíduo

O principal pilar da psicologia humanista é o foco no indivíduo.

Para o sucesso da psicoterapia, bem como para o paciente ter uma vida saudável, é imprescindível a compreensão da subjetividade do ‘eu’.

As sessões de terapia são sensíveis às necessidades emocionais e psicológicas do paciente, direcionando o tratamento para o caminho mais favorável para a sua saúde mental.

A partir da edificação do ‘eu’, o paciente se torna apto a conduzir todas as áreas da sua vida de maneira saudável e satisfatória.

Abordagem holística

A psicologia humanista considera todos os aspectos da vida do indivíduo, como a sua vida financeira, familiar, religiosa, amorosa e social, além da saúde física.

Ou seja, o indivíduo é o resultado da união de inúmeros fatores, os quais devem ser analisados com cuidado para que seja possível compreender a totalidade de quem ele é e do que ele necessita para ser feliz.

O psicólogo humanista não foca somente nos sintomas da depressão ou em um problema pontual específico, mas, sim, procura compreender o paciente como um todo.

Com isso, consegue traçar a melhor maneira de atendê-lo.

Autorresponsabilidade

A autorresponsabilidade diz respeito à capacidade de cada pessoa de assumir a responsabilidade por sua própria vida, como pensamentos, sentimentos e comportamentos.

Assim, se torna capaz de reagir aos acontecimentos com assertividade e determinação, em vez de somente reagir ao que acontece a sua vida.

Para fazer mudanças em nossas vidas, precisamos, primeiro, aceitar que podemos não estar contribuindo da melhor forma para a nossa felicidade.

A partir dessa admissão, conseguimos pontuar o que estamos fazendo de errado e mudar a nossa forma de agir, pensar ou sentir, nos responsabilizando por quem somos.

Desenvolvimento pessoal

O desenvolvimento pessoal é um dos objetivos da terapia humanista. Teóricos dessa abordagem acreditam que o potencial autorrealizador das pessoas pode ser acessado através da psicoterapia.

Consequentemente, os pacientes se tornam mais felizes e satisfeitos com as suas vidas.

Cada pessoa possui um tempo para esse crescimento.

Às vezes, desapegar-se de hábitos negativos e crenças limitantes é mais difícil do que parece e, então, o crescimento acontece ao longo de longos meses ou anos de terapia.

E não há nada de errado nisso, uma vez que cada pessoa possui os seus próprios problemas e alcance emocional.

Relacionamento terapêutico

O relacionamento estabelecido entre o paciente e o psicólogo durante a psicoterapia é essencial para o sucesso do tratamento.

Sem confiança, empatia e respeito mútuo, o paciente não consegue se expressar honestamente e internalizar os aprendizados da terapia.

Da mesma forma, o psicólogo não consegue desenvolver a empatia necessária para compreender a situação do paciente e conduzir a terapia.

A criação de um relacionamento profissional empático e autêntico é obrigatório para promover o crescimento e a mudança da condição indesejável do paciente.

Para quem a psicologia humanista é apropriada?

Muitas vezes, as pessoas possuem a capacidade e a força de vontade necessárias para realizar os seus objetivos e levar uma vida saudável, mas, por inúmeras razões, não conseguem enxergam essas competências nelas.

A baixa autoestima, crenças limitantes, experiências negativas de vida e sensibilidade ao estresse cegam muitos para o seu próprio potencial.

Embora tenham o desejo de construir algo significativo em suas vidas, seja na vida profissional, pessoal ou amorosa, não se permitem sair do lugar.

A psicologia humanista é especialmente eficaz para pessoas com esse perfil, que possuem dificuldade de se colocar como prioridade em suas vidas.

Quando se é incapaz de se tratar com o carinho e respeito merecido, a falta de amor-próprio começa a prejudicar uma ou mais áreas da vida.

Neste cenário, é comum não ter vontade para levantar-se da cama de manhã, de terminar um relacionamento tóxico, de mudar de uma carreira desgastada, de se mudar para um ambiente mais agradável, entre outras decisões necessárias para preservar o bem-estar emocional.

O indivíduo que estiver passando por um período difícil em sua vida pode procurar a psicologia humanista para investigar o que fazer para melhorar a situação.

Da mesma forma, essa abordagem psicológica pode ser buscada em caso de suspeita de sintomas de depressão, ansiedade, estresse e outras condições.

A exposição prolongada à uma experiência negativa é propícia para o desenvolvimento de condições de saúde mental.

O indivíduo pode não perceber a deterioração da saúde da mente a princípio, mas, com o tempo, começa a sofrer com sintomas mais acentuados. É neste momento que muitos procuram a psicoterapia.

A psicologia humanista é para todo mundo?

Qualquer pessoa pode procurar a psicologia humanista. Uma situação comum na terapia, no entanto, é a não familiarização do paciente com a abordagem usada pelo profissional.

Enquanto algumas pessoas respondem muito bem à terapia humanista, outras preferem outro método.

Também pode acontecer de a psicologia humanista ajudar o paciente a superar um ou mais problemas específicos, mas, ao se tratar de outros assuntos, não fazer mais sentido para ele.

Quando isso acontece, o paciente pode procurar uma abordagem psicológica que, naquele momento, corresponde às suas necessidades emocionais e psicológicas.

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