Psicanalista x Psicólogo: quais são as diferenças

As aparentes semelhanças entre o psicanalista e o psicólogo podem confundir as pessoas interessadas em cuidar da saúde mental no momento de marcar uma consulta.

Afinal, quem pode ajudar no caso da depressão? De problemas conjugais? De crises de identidade? O psicanalista ou psicólogo?

Ambos os profissionais possuem o propósito de cuidar da saúde mental de seus pacientes e ajudá-los a se sentirem em paz consigo mesmos e o mundo.

Para atingir os objetivos propostos por suas respectivas abordagens psicológicas, utilizam certas ferramentas e técnicas.

Para marcar uma consulta com o especialista mais adequado para ajudá-lo, é necessário conhecer como cada um trabalha e os objetivos de suas metodologias.

Pensando nisso, neste post, você vai entender a forma de atuação do psicólogo e do psicanalista, bem como qual é o melhor momento para procurar esses profissionais.

Diferença entre psicanalista e psicólogo

A principal distinção entre esses profissionais é a sua formação. O psicólogo é o profissional graduado na faculdade de psicologia enquanto o psicanalista é o profissional que possui formação em psicanálise.

Ter uma graduação é requerimento para se especializar em psicanálise, por isso, psicólogos também podem ser psicanalistas.

Normalmente, os profissionais da área da saúde efetuam essa formação para atender pacientes ou complementar seu conhecimento técnico.

O psicólogo pode atuar conforme várias abordagens psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental, terapia positiva, terapia humanista, terapia Gestalt, entre outras.

Ele faz uso dos métodos e ferramentas provenientes da sua abordagem de escolha durante as consultas.

Embora todas as abordagens tenham o mesmo objetivo de ajudar pacientes a solucionarem os seus incômodos emocionais, algumas podem ser mais eficientes que outras para certos tipos de personalidades.

O psicanalista, por outro lado, atua conforme uma única abordagem: a psicanálise, a qual, como o nome já deixa claro, é voltada para a análise do inconsciente.

Como um psicólogo atua?

Muitas pessoas pensam que o psicólogo apenas “conversa” e, por isso, não consideram a terapia como uma forma válida de tratamento.

Outras crenças levam às pessoas a acreditarem que a terapia é “coisa de louco”, contribuindo para o afastamento do processo psicoterapêutico.

De fato, a terapia é realizada através da fala e da escuta, mas não se limita a uma conversa comum. Os pacientes expressam as suas angústias enquanto o profissional escuta e incentiva reflexões pertinentes para cada queixa.

Ele também realiza questionamentos para ajudar o paciente a encontrar as respostas que tanto deseja.

Isso porque a intenção da terapia não é fornecer as respostas de “mão-beijada”, mas, sim, ajudar o paciente a chegar às suas próprias conclusões.

Assim, ele desenvolve a sua inteligência emocional e outras habilidades socioemocionais úteis para lidar com as situações difíceis da vida.

A duração do acompanhamento psicoterapêutico pode variar de caso para caso. Como algumas pessoas possuem mais resistência à mudança que outras, elas levam mais tempo para internalizar os ensinamentos da terapia e fazer os movimentos de mudança necessários.

A terapia é ideal para tratar crises pontuais, como demissão, divórcio, término de relacionamento, excesso de estresse e morte de um parente, bem como condições de saúde mental, como depressão, transtorno do pânico e distúrbios alimentares.

Como um psicanalista atua?

A abordagem da psicanálise surgiu no século XIX a partir dos estudos do médico neurologista Sigmund Freud.

A principal proposta da psicanálise é a resolução de problemas emocionais através da investigação do inconsciente do paciente.

Para isso, o profissional se atenta ao discurso do paciente durante as sessões para encontrar padrões e pontos problemáticos em suas palavras.

O paciente é convidado a se deitar em um divã e discorrer sobre qualquer coisa que lhe viver à mente, tendo relação com seus problemas ou não.

Todos os assuntos podem ser investigados no consultório do psicanalista, desde traumas, desejos reprimidos e sonhos.

Esse método também possibilita o aprofundamento do autoconhecimento. Ao refletir sobre as suas experiências de vidas e sentimentos durante e após as consultas, o paciente começa a descobrir coisas sobre si mesmo que não tinha consciência.

Assim, ele fortalece a relação com seu “eu interior”.

Diferente do psicólogo, o psicanalista não possui a função de fazer diagnósticos ou tratamentos de condições de saúde mental a não ser que anteriormente tenha completado uma formação na área da saúde.

Psicanalista x Psicólogo: qual profissional procurar?

Como saber qual é a abordagem mais eficaz para o meu problema?

Bom, a escolha da psicanálise ou da psicoterapia depende dos objetivos de cada indivíduo e da sua preferência pelos métodos. Ambas as metodologias são eficazes quando alinhadas com os propósitos corretos!

É a mesma lógica aplicada ao tratamento médico. Se você está com dor na lombar, não vai procurar um oftalmologista, mas um ortopedista, certo?

Em seguida, separamos os cenários considerados os mais adequados para o tratamento com o psicólogo e o psicanalista para ajudá-lo a tomar uma decisão.

Quando procurar o psicanalista?

Indivíduos que possuem interesse em autoconhecimento e se encontram perdidos em alguma área de suas vidas, como trabalho, relacionamentos e autoimagem, costumam buscar a ajuda do psicanalista.

A psicanálise é uma das abordagens mais eficazes para aprofundar o conhecimento de si mesmo e a compreensão do mundo.

Com esse conhecimento, os pacientes se sentem mais preparados para lidar com as frustrações e os problemas da vida.

A duração das consultas costuma ser mais longa em virtude das particularidades da psicanálise. Então, quem deseja soluções rápidas ou tratar problemas pontuais pode se sentir frustrado com o método analítico.

É preciso ter paciência para investigar a própria essência, principalmente porque ela costuma estar escondida atrás de traumas, crenças limitantes e questões mal resolvidas do passado.

A duração do acompanhamento psicanalítico, contudo, pode se mostrar diferente da estimativa inicial do psicanalista dependendo da necessidade do indivíduo.

Como cada pessoa possui uma história, é difícil pontuar uma duração sem levar em consideração a sua individualidade.

Se você busca se autoconhecer e explorar questões específicas de sua vida que acredita ter influência sobre o seu comportamento e jeito de pensar, pode experimentar tanto a psicanálise quanto a psicoterapia.

A sua escolha final vai depender de quanto você gostou do método.

Quando procurar o psicólogo?

O psicólogo é o profissional procurado quando existe a suspeita de condições de saúde mental, como depressão e ansiedade, e necessidade de enfrentar problemas que parecem muito difíceis de resolver.

Ao longo das sessões, outras questões podem ser trabalhadas, mas, normalmente, os indivíduos buscam a terapia com o psicólogo nessas ocasiões.

Se você tiver ou estiver com suspeita de depressão, ansiedade, transtorno de personalidade e outros distúrbios psíquicos, a melhor escolha, a princípio, pode ser o psicólogo.

Nesses casos, consultar o psiquiatra também pode ser preciso para realizar uma avaliação do estado da saúde mental.

Indivíduos com problemas pontuais também se beneficiam da terapia por conta da duração do tratamento.

Poucas sessões podem ser necessárias para você se sentir melhor em relação à um acontecimento negativo ou encontrar soluções para resolver um problema.

Da mesma forma, a terapia é mais indicada quando muitas pessoas estão envolvidas em uma única questão problemática.

Sessões em conjunto com familiares e casais podem ser efetuadas para que cada um tenha a oportunidade de expressar o que sente.

Sinais de que é necessário buscar ajuda profissional

Quando a nossa saúde mental não vai bem, começamos a sentir desconforto tanto no corpo quanto na mente.

Às vezes, ignoramos o mal-estar por conta da correria da rotina, da teimosia ou do costume com os sintomas desagradáveis.

Assim, eles nos acompanham por um longo tempo e podem se agravar sem termos percepção disso.

Mesmo quando estamos vivendo situações estressantes, podemos ignorar o desgaste emocional para focar em outras coisas. Essa postura é muito comum, mas não é adequada, pois pode prolongar o nosso sofrimento desnecessariamente.

Para ajudá-lo a identificar os sinais de que está na hora de conversar com um dos especialistas mencionados neste post, separamos alguns sintomas abaixo.

Se você sentir algum deles por um período considerado mais longo que o habitual, não hesite em procurar ajuda.

• Insônia;
• Fobias;
• Tristeza excessiva;
• Desânimo;
• Baixa autoestima;
• Medos irracionais;
• Letargia constante;
• Mudanças súbitas no apetite;
• Compulsões por alimentos, jogo, sexo, compras e outros;
• Crises de choro;
• Pensamentos negativos;
• Irritabilidade;
• Medos irracionais;
• Ansiedade incontrolável;
• Descontrole emocional; e
• Problemas de concentração.

Agora que você já sabe qual a função de cada profissional e quais são os cenários apropriados para procurá-los, tomar a decisão de agendar uma consulta fica bem mais fácil.

Não negligencie a sua saúde mental uma vez que ela é essencial para o seu funcionamento e felicidade diária.

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