Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Tamiris Mariana Silva Lax - Psicólogo CRP 06/169225
A psicanálise é uma linha psicoterapêutica considerada complexa e intensa. Originada a partir da medicina, tem como intenção mergulhar na psique humana e estudar os fatores escondidos na mente inconsciente.
É conduzida por psicólogos ou profissionais de outros campos de atuação com pós-graduação em psicanálise. Normalmente, contudo, é uma formação procurada por profissionais da área da saúde, como psicólogos, médicos e psiquiatras.
Embora tenha se originado da medicina e não da psicologia, a psicanálise é um procedimento de psicoterapia e é uma das bases da graduação de psicologia. Neste post, vamos entender mais sobre essa abordagem.
O que é psicanálise?
A psicanálise é uma abordagem psicoterapêutica cujo objetivo é identificar a relação entre o inconsciente e os sentimentos, pensamentos e ações do indivíduo.
Desenvolvida pelo neurologista Sigmund Freud (1856 – 1939), conhecido como o “pai da psicanálise”, é um método utilizado para tratar a ansiedade, depressão, traumas, problemas de relacionamento, medos e demais condições de saúde mental.
De acordo com a teoria de Freud sobre a psicanálise, todas as pessoas possuem pensamentos, sentimentos, desejos e memórias inconscientes. Através de técnicas específicas, o psicanalista é capaz de acessar o local onde estão armazenadas e, assim, tratá-las para erradicar o sofrimento emocional.
Os intitulados “processos psíquicos inconscientes” contêm a causa das neuroses, preocupações e aflições do indivíduo no dia a dia.
Ou seja, o sofrimento de hoje tem ligação com fatores inconscientes impossíveis de serem percebidos pelo indivíduo. Por essa razão, as pessoas sofrem por muito tempo com condutas e pensamentos autodestrutivos sem se darem conta de que são as principais responsáveis por eles.
Outro fundamento-base da psicanálise freudiana é a dominação desses processos pelas tendências sexuais.
Fundamentos da psicanálise
À medida que outros psicólogos e psiquiatrias estudavam as teorias freudianas, novos aspectos nasceram dentro da abordagem e outros foram aprofundados. Além disso, novas teorias nasceram, afastando-se da psicanálise freudiana, mas, ainda assim, utilizando-a como base para estudos.
Cada contribuição feita por esses estudiosos é produto de uma época diferente e enriqueceu a teoria freudiana de alguma forma. Dessa maneira, a psicanálise contemporânea expressa diferenças da psicanálise clássica.
Ainda assim, a teoria psicanalítica de Freud detém significativa importância no ramo da psicologia devido às suas contribuições para o estudo da psique humana. Para compreendê-la por completo, precisamos conhecer os seus fundamentos básicos.
Ego, superego e id
Em seu livro “O Ego e o Id”, lançado em 1923, Freud criou três divisões para a mente humana: o ego, superego e id.
O primeiro diz respeito à nossa consciência, ou seja, a maneira como agimos, pensamos, falamos e sentimos no dia a dia. É o fator que caracteriza a personalidade (única) de cada indivíduo.
O segundo é onde se encontram os nossos ideais, princípios sociais e normas de conduta, sejam criadas por nós mesmos ou repassadas por pais, professores, amigos, entre outros agentes externos.
Esses aspectos tendem a nos acompanhar a vida inteira e possuem um papel significativo na construção da nossa personalidade. O superego faz o monitoramento da mente humana, impedindo que ocorram desvios de conduta.
O terceiro é o estado totalmente inconsciente, o qual é motivado pela satisfação de necessidades, impulsos e desejos. Os conceitos éticos que nos impedem de transgredir regras e prejudicar a integridade do outro seriam descartados pelo id na busca incessante pelo prazer.
Esses três aspectos conviveriam juntos, conduzindo os seres humanos em suas vivências diárias. Ao identificá-los e analisá-los, o psicanalista consegue encontrar vestígios de ideias, experiências negativas e crenças limitantes que provocam sofrimento psíquico para o indivíduo.
Desenvolvimento psicossexual
Essa é talvez a parte mais ‘polêmica’ da teoria da psicanálise de Freud. O neurologista alegava que a formação da personalidade estava relacionada ao desenvolvimento sexual do indivíduo durante os primeiros anos de vida.
Às tendências sexuais, Freud deu o nome de ‘libido’ e elencou cinco fases do desenvolvimento psicossexual. Caso uma ou mais fases apresentassem deficits durante o processo de crescimento do indivíduo, a consequência seria o aparecimento de distúrbios psíquicos.
Freud teorizou, por exemplo, que o bebê tem prazer ao levar objetos à boca, sejam brinquedos ou a chupeta. Deficits no desenvolvimento dessa fase psicossexual ocasionariam obsessões associados à boca, como gula e tagarelice.
Da mesma forma, o Complexo de Édipo e o Complexo de Electra são fases do desenvolvimento psicossexual da criança em que o menino e a menina passariam a sentir atração pela figura materna e paterna.
Os desejos sexuais considerados impróprios e, portanto, reprimidos pelo indivíduo, apareceriam em seus sonhos.
Qual é objetivo da psicanálise hoje?
O principal objetivo da psicanálise é ajudar o paciente a compreender a origem de seus comportamentos disfuncionais, traumas e pensamentos equivocados.
Ele aprende que muitas das suas atitudes e modos de pensar de hoje possuem relação com acontecimentos do passado que deixaram marcas. Mesmo os eventos que aparentam não ter deixado impacto emocional causam repercussões, as quais costumam ser sentidas somente na vida adulta.
Ao adquirir esse conhecimento, o paciente pode começar a entender suas atitudes destrutivas e conflitos internos. A tendência a partir de então é se tornar mais receptivo à psicanálise dado que essa abordagem pode ajudá-lo a solucionar suas questões emocionais.
Sendo assim, a psicanálise é indicada para tratar uma série de angústias, como sensação de inadequação e isolamento, baixa autoestima, conflitos interpessoais, insatisfação com a vida, disfunções sexuais associadas ao estresse, depressão, ansiedade e outras condições.
Como são feitas as consultas?
A figura do psicanalista é bem disseminada na mídia. Você provavelmente já viu em algum filme ou seriado a cena de um profissional fazendo anotações em silêncio enquanto o paciente, deitado em um divã virado para a direção oposta à do psicanalista, fala sem parar.
As consultas com o psicanalista são, de fato, conduzidas dessa maneira: o paciente se deita em um divã e fala sobre seus sentimentos, conflitos, crenças, personalidade e qualquer coisa que viver à mente. Enquanto isso, o psicanalista faz anotações pertinentes, sem estabelecer contato visual.
Com base na fala do paciente, o profissional é capaz de realizar uma série de identificações, como pontuar referências do passado e medos, bem como possíveis origens para os seus problemas atuais.
A duração das consultas vai de 45 a 60 minutos, dependendo da necessidade do paciente. É aconselhado a falar sem preocupações com constrangimento e repreensões. Nenhuma informação compartilhada com o psicanalista será divulgada.
Técnicas utilizadas durante as consultas
Para auxiliar o paciente, o psicanalista pode fazer uso de determinadas técnicas, as quais diferem consideravelmente das ferramentas tipicamente utilizadas em outras abordagens psicológicas.
- Psicodrama: Método voltado para a encenação de cenários ou histórias. São retratadas lembranças, conflitos do passado, sonhos e até situações que não receberam um “fim”.
- Teste de Rorshach: Famoso teste composto por imagens pretas e sem forma. O psicanalista analisa a interpretação do paciente. Apesar de não ser tão utilizada hoje quanto antigamente, ainda é útil para identificar a esquizofrenia, por exemplo.
- Associação livre: Estímulo ao livre fluxo de pensamentos do paciente. O psicanalista interpreta as expressões do inconsciente nas palavras compartilhadas a ele.
- Psicodinâmica: Técnica psicanalítica adaptada, considerada menos intensa. Psicanalistas utilizam a intepretação de sonhos, transferência e associação livre para tratar o paciente.
- Arteterapia: Faz uso de pintura, escrita criativa, colagem, movimento e dança para expressar fatores presentes no inconsciente.
A escolha da técnica para o tratamento depende dos sintomas e das queixas compartilhadas pelo paciente. Algumas podem não ser de grande ajuda para determinados pacientes. Por exemplo, a psicodinâmica não costuma ser recomendada para tratar indivíduos com fobias ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Conclusão
Se você sofre ou acredita estar sofrendo de ansiedade, pânico, insônia, fobias, depressão ou distúrbios alimentares, pode consultar um psicanalista para investigar a origem do seu sofrimento emocional. Quem deseja se autoconhecer para viver com mais leveza também pode agendar uma consulta.
A escolha pela psicanálise como forma de tratamento depende da afinidade do paciente com o método, da construção de empatia com o psicanalista e da identificação de resultados positivos.
Como dito, a psicanálise pode não ser tão eficiente quanto outras abordagens da psicologia em casos específicos. Se o paciente acredita que não está atingindo os resultados desejados com o tratamento, pode informar ao profissional para procurar fazer ajustes nas consultas, ou buscar outro tipo de terapia.
Em alguns casos, também é necessário que o paciente consulte um psiquiatra para averiguar a necessidade de ingestão de medicamentos. A psiquiatria e a psicologia comumente se completamente no tratamento da ansiedade generalizada, depressão, síndrome do pânico, transtornos da bipolaridade, entre outros.
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Autor: psicologa Tamiris Mariana Silva Lax - CRP 06/169225Formação: A psicóloga Tamiris Lax atua em seus atendimentos com a abordagem TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) e ABA (Análise do Comportamento Aplicada). É especialista em Perícia Psicológica e Neuropsicológica pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.