Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Tamiris Mariana Silva Lax - Psicólogo CRP 06/169225
Você se importa com a opinião dos outros? O que impede as pessoas de fazer o que desejam, como terminar um casamento ruim após anos de convivência ou sair de um emprego pouco satisfatório em uma empresa renomada?
Embora essas situações sejam muito diferentes, elas são motivadas pelos mesmos fatores: insegurança e necessidade de receber aprovação.
Se importar com a opinião dos outros não é de todo ruim. Precisamos saber o que chefes e colegas de trabalho pensam da nossa forma de trabalhar para subir na carreira, ou o que um cônjuge acha da nossa personalidade para ter um relacionamento sincero e duradouro.
O problema reside na preocupação excessiva com a opinião dos outros, bem como na crença de que é preciso mudar para se moldar aos padrões definidos por outras pessoas. Ambas essas crenças geram insatisfação, estresse e ansiedade.
Psicólogos afirmam que, a longo prazo, esses sentimentos negativos podem evoluir para uma depressão. Eles causam o afastamento indesejado da nossa verdadeira essência. Deste modo, a pessoa que se submete a essa situação vive em conflito com ela mesma.
Neste post, vamos abordar a psicologia da necessidade de se preocupar excessivamente com a opinião dos outros e como combatê-la.
Insegurança
Caracterizada por um mal-estar ou nervosismo associado à percepção negativa de si mesmo, a insegurança conduz as pessoas a acreditarem que são incapazes, pouco inteligentes e cheias de incoerências.
Uma pessoa insegura não confia no próprio julgamento, embora tenha opiniões formadas sobre o mundo em que habita e as pessoas com quem convive. Assim, ela precisa receber uma confirmação de familiares, amigos e cônjuge sobre os mais diversos aspectos da sua vida, como roupas, atitudes e resolução de conflitos.
A dificuldade para crer no próprio potencial dificulta a comunicação, a formação de relacionamentos significativos e a obtenção dos objetivos. A pessoa insegura fica ansiosa com frequência por temer ter a sua vulnerabilidade exposta. E se os outros a ridicularizarem por suas fraquezas?
Para não sofrer com possíveis reações negativas à sua personalidade, ela acaba se retraindo. Isto é, evita situações, pessoas e oportunidades de descobrir quem é de verdade.
O seu medo é tamanho que ela perde experiências que podem ajudá-la a crescer pessoal, emocional e profissionalmente. Então, a pessoa insegura sente a necessidade de se apoiar em figuras que transmitem segurança, como um cônjuge, um colega de profissão ou um amigo admirável.
O problema é que não podemos jogar a responsabilidade por nossa felicidade e bem-estar nos outros. Passamos a ser dependentes de suas opiniões, permitindo que eles tomem decisões por nós e, pior ainda, tirem proveito de nossa vulnerabilidade.
Necessidade de receber aprovação
A insegurança aflora a necessidade de receber aprovação alheia. Aliás, somos condicionados a ter essa necessidade de aprovação desde pequenos. Ela supostamente nos daria confiança e orgulho de ser quem somos, corroborando para elevar a nossa autoestima.
Dessa forma, aprendemos a nos perguntar “o que os outros vão pensar se eu fizer…?” ou “como serei visto se eu fizer…?” antes de tomar uma decisão importante para nós, como pedir demissão e voltar para a casa dos pais.
Essas indagações infelizmente são a causa da infelicidade de muitas pessoas. Elas optam por ficar em um relacionamento abusivo ou em ambiente de trabalho tóxico, (tentar) modificar a sua personalidade ou seguir um caminho que, na verdade, não consideram ser apropriado para elas.
Como vivemos em uma sociedade altamente competitiva e dependente dos talentos alheios, devemos sim ligar para a opinião dos outros.
A maneira como os demais interpretam o nosso comportamento influencia nosso sucesso profissional, por exemplo. Não importa se gostamos disso ou não, às vezes devemos agir conforme a opinião alheia para garantir a sobrevivência.
Entretanto, não devemos nos colocar em segundo plano por causa disso. Se você acredita que uma demissão, divórcio, mudança de carreira ou graduação vai contribuir para sua felicidade, não deve tomar uma decisão contrária aos seus anseios.
É provável que fofocas, comentários desagradáveis e especulações aconteçam, e não há nada que você possa fazer para prevenir isso.
As pessoas possuem vontade própria e vão agir conforme as suas crenças pessoais, por isso, se preocupar demasiadamente com a opinião dos outros é um gasto de energia desnecessário.
Como deixar de ligar para a opinião dos outros?
Entre as atitudes que você pode tomar para deixar de se importar com o que os outros pensam, estão:
1. Fortalecer a sua autoimagem positiva
Receber a aprovação alheia concede uma sensação de falsa autoestima. Por um tempo, acreditamos que o reconhecimento alheio é importante para a nossa autoimagem e o modo como nos vemos.
Mas a verdade é que buscar a aprovação dos outros nos coloca em um círculo vicioso em que precisamos sempre receber elogios e opiniões positivas para nos sentirmos bem. Esse estilo de vida é inviável dado que alguém sempre vai discordar do que fazemos ou nos criticar.
Então, trabalhe em construir uma autoimagem positiva.
Quando você acredita em si mesmo e está ciente de suas qualidades, a opinião dos outros deixa de causar tanto impacto. Você se torna capaz de discernir as críticas construtivas das negativas, fazendo bom proveito do que lhe ajuda a crescer.
2. Colocar-se em primeiro lugar
Uma das maneiras de fortalecer a sua autoimagem positiva é se colocar em primeiro lugar em sua vida. Apesar da opinião das pessoas queridas importarem para nós, não devemos tentar nos encaixar nos padrões estabelecidos por elas.
Fazer o que você não quer para agradar o outro é a receita certa para uma vida de infelicidade e insatisfação.
Só você se conhece a ponto de saber o que é bom para o seu bem-estar emocional e físico, carreira, relacionamento, amizades, autoestima e assim por diante. As opiniões alheias podem ser ótimos conselhos, mas não podem definir quem você é ou mandar na sua vida.
Tenha a si mesmo como prioridade.
À medida que você passa a focar em você e desenvolve as suas competências, naturalmente as outras pessoas vão percebê-las e ficar intrigadas. Você provavelmente já experimentou isso ao admirar uma pessoa confiante e determinada, não é mesmo?
Logo, não é necessário colocar toda a sua energia e esforço em agradar o próximo. Se alguém não gostar do seu jeito de ser (o que pode acontecer múltiplas vezes), o problema é com ele, não com você.
3. Fazer terapia
A terapia pode capacitar as pessoas a deixar de ligar para a opinião dos outros de diversas maneiras. Uma delas é através do controle emocional, um dos benefícios notórios do processo psicoterapêutico.
O controle emocional promove a administração das emoções, principalmente em momentos de grande estresse. Dessa forma, as pessoas passam a reagir adequadamente a cada situação.
Essa é uma habilidade útil, sobretudo, quando cometemos erros. Nesse cenário, a opinião dos outros sobre nossas ações equivocadas pode estar correta. Afinal, somos humanos e propensos a errar e magoar sem ter a intenção.
Precisamos lutar contra a vergonha para sermos capazes de manter o foco em ações remediadoras e corrigir o equívoco. Sem controle emocional, é difícil ignorar as emoções negativas e partir para a ação.
4. Agir apesar do medo
O medo não é um sentimento o qual necessariamente deve ser evitado. Ele é um aspecto natural da existência humana e é útil para nos manter longe do perigo.
O medo descontrolado, no entanto, pode levá-lo a um estado incômodo de inércia e impedir que você faça o que deseja. Um exemplo disso é o medo do julgamento.
As pessoas se comparam às outras e, por não acreditarem ter o mesmo potencial, temem receber críticas e acabar descobrindo que suas suspeitas são verdadeiras. Assim, deixam de fazer o que gostam, possuem aptidão ou têm interesse para evitá-las.
Viver é agir apesar do medo, não sem experienciar o medo. Quando tomamos essa decisão, a razão para o receio e insegurança aos poucos perde o sentido.
5. Aceitar que você sempre será julgado
Sempre haverá pessoas que aprovam e não aprovam a sua personalidade, trabalho, modo de pensar, decisões ou qualquer outro aspecto intrínseco à sua individualidade. Até personalidades de sucesso receberam críticas negativas apesar das proezas conquistadas.
É como aquele ditado popular diz “é impossível agradar gregos e troianos”. Ou seja, sempre haverá um lado insatisfeito.
Sendo assim, você não precisa temer a solidão ou isolamento social simplesmente porque não quer agir de acordo com a opinião dos outros. Encontre um grupo de afinidade que aprecie as suas competências, personalidade e valores em vez de tentar satisfazer quem só quer criticá-lo.
Conclusão
Percebemos, portanto, que a insegurança está muito ligada à maneira como nos vemos e nos colocamos diante de mundo. Quando não entendemos com clareza o nosso espaço, é comum que a opinião de outras pessoas interfiram em nossas decisões e comportamentos.
Por isso, desenvolver o autoconhecimento é tão importante para que passemos a nos conhecer com profundidade, entender aquilo que queremos e o que não queremos em nossas vidas, o que nos faz bem, o que não nos faz bem, os nossos limites, vulnerabilidades e forças. Assim, teremos controle absoluto de como reagiremos perante às circunstâncias e como elas irão refletir em nossas vidas.
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Autor: psicologa Tamiris Mariana Silva Lax - CRP 06/169225Formação: A psicóloga Tamiris Lax atua em seus atendimentos com a abordagem TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) e ABA (Análise do Comportamento Aplicada). É especialista em Perícia Psicológica e Neuropsicológica pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.
Cara Doutora Thaiana!
Muito obrigado por mais esta esclarecedora Lição! Sim, sou uma pessoa insegura. Reconheço-me neste texto.
Atenciosamente,
Luís Monteiro.