Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Luzia Fatima de Andrade Lobato - Psicólogo CRP 06/119285
Como você quer ser tratado? A maneira como as pessoas nos tratam afeta a nossa autoestima e a saúde mental.
O tratamento recebido de terceiros pode tanto nos ajudar quanto nos prejudicar.
O que muitas vezes não percebemos até que alguém nos diga é que podemos ensinar as pessoas como gostaríamos de ser tratados.
Não precisamos somente reagir ao tratamento recebido, internalizando os sentimentos negativos ou positivos oriundos dele.
As pessoas tendem a acreditar que não possuem controle sobre essa parte das suas vidas. E, até certo ponto, não têm.
Não podemos controlar o comportamento das outras pessoas, mas podemos tentar criar situações e relacionamentos favoráveis para nós.
Isso inclui agir de acordo com os nossos valores e personalidade, mostrando aos demais o tipo de tratamento que gostaríamos de receber.
A influência da maneira como as pessoas nos tratam
Quando um indivíduo se sente desvalorizado, como se todos estivessem contra ele ou não conseguissem reconhecer o seu potencial, não tem vontade de fazer as coisas que considera importantes para eles.
Por exemplo, deixa de dar o seu melhor no trabalho, de se esforçar para encontrar amigos durante a semana, de cuidar da aparência e de fazer novos planos.
Então, esse indivíduo pode ser levado a acreditar que não importa o que ele faça, as pessoas sempre o tratarão negativamente.
Deste modo, ele já se prepara para receber coisas ruins, como ter seus pedidos negados e vontades ignoradas.
Também se coloca em uma posição de inferioridade em relação aos demais, acreditando merecer menos que os outros simplesmente por ser quem é.
Por um lado, por exemplo, o seu comportamento retraído e pessimista é um resultado do modo negativo como as pessoas lhe tratam.
Experiências negativas, principalmente na infância, podem gerar traumas que impactam a vivência da vida adulta e o modo de se relacionar com as pessoas.
Por outro, a sua crença de que ele merece esse tipo de tratamento o leva ao encontro de situações desagradáveis sem que ele tenha essa intenção.
Então, como mostrar a alguém que você merece receber um tratamento melhor se você nem sequer acredita nisso?
As influências externas muitas vezes se misturam aos nossos ideais e crenças pessoais.
Enquanto algumas pessoas conseguem manter uma postura inabalável contra elas, outras se deixam levar pelo que os outros dizem e pensam.
Então, quando ouvem repetidamente que possuem “x” característica, começam a acreditar nos outros, mesmo que antes não estivessem tão certas assim sobre isso.
Ensine aos demais como você gostaria de ser tratado
A maneira como as pessoas nos tratam realmente impactam a nossa autoestima e saúde mental, mas somente até onde nós permitimos.
Assim, se você passou a sua vida inteira acreditando que merece ser tratado de determinada maneira pelos outros e que não pode fazer nada sobre isso, saiba que é possível ensinar as pessoas como você quer ser tratado.
Interações sociais são compostas por duas ou mais pessoas, portanto, a responsabilidade de tratar o outro com respeito é de todas as partes envolvidas.
Ensinar as pessoas como você quer ser tratado é, basicamente, ensiná-las sobre o que é aceitável e o que não é quando estão interagindo com você.
É deixar claro, então, quais são os seus limites e que eles devem ser respeitados.
É também um processo de autoconhecimento, dado que você precisa saber o que você precisa e o que você quer das suas relações afetivas e de interações sociais casuais.
Só assim você conseguirá expressar as suas vontades aos outros.
Veja, abaixo, dicas de como ensinar as pessoas como você quer ser tratado.
1. Faça uma autorreflexão
O primeiro passo para mostrar aos outros como você gostaria de ser tratado é saber como você gostaria de ser tratado. Assim, você precisa identificar o que é importante para você.
Um exemplo simples: quando as pessoas estão em busca de um relacionamento sério, elas estabelecem alguns critérios do que querem em seus cônjuges.
Embora não seja possível encontrar alguém que corresponda a todos os requisitos, essa delimitação ajuda a procurar alguém que seja apropriado para elas.
Com esse exercício, a história é parecida. Assim, a diferença é que o foco é você e não o outro. Para começar, você pode se fazer as seguintes perguntas:
- O que eu valorizo em mim, nos outros e na vida como um todo?
- O que eu quero para minha vida?
- Como eu me trato?
- Como eu acredito que mereço ser tratado?
- Eu tenho me tratado da maneira como mereço?
Então, ao descobrir quais são os seus valores, fica mais fácil tomar atitudes para atrair pessoas e situações que façam correspondência a eles.
Se você valoriza a bondade, procure agir com bondade e se relacionar com pessoas boas.
Se você valoriza a proatividade, procure ser proativo e se relacionar com pessoas proativas. Com o tempo, você colherá os frutos do seu esforço.
2. Defina os seus limites
Assim como você não sabe como tratar as pessoas, elas não sabem como tratá-lo.
Ou seja, elas não sabem quais brincadeiras você considera legais, quais tópicos são mais interessantes em uma conversa e quais atitudes você considera apropriadas.
Você também pode não ter muito conhecimento sobre isso. Novamente, ressaltamos a necessidade do autoconhecimento.
Assim, quando nos autoconhecemos, interagimos melhor com o mundo e as pessoas.
Após definir o que é importante para você, reflita sobre quais comportamentos você considera saudáveis e deseja ter em sua vida, bem como sobre quais você quer manter distância.
Por exemplo, algumas pessoas não enxergam problema em fazer brincadeiras com a aparência física dos outros e estão sempre buscando novos alvos.
Enquanto para elas essa atitude possa não ser “nada demais”, para você e outras pessoas pode ser inapropriado.
Reflita sobre situações, comportamentos e pessoas semelhantes ao exemplo para entender quais são os seus limites.
3. Expresse os seus limites com palavras
Diga as pessoas como você gostaria de ser tratado.
Seguindo o exemplo do tópico anterior, quando alguém fizer uma brincadeira sobre a sua aparência física ou a de outra pessoa, diga que você não acha isso legal e/ou peça para o outro parar de fazer isso.
Assim, você não está recriminando-o, somente mostrando a ele que não está confortável com essa atitude.
Muitas pessoas têm medo de ter uma conversa sobre os seus limites. Elas não querem desagradar o outro, temem receber uma resposta negativa ou acreditam se tratar de uma grosseria.
Entretanto, ninguém tem a obrigação de saber o que você quer ou não quer. Você precisa expressar as suas vontades com palavras.
Seja claro, assertivo e educado. Não há necessidade de grosseria. Assim, se a outra pessoa não gostar do que você disse, você pode tentar descobrir o porquê através do diálogo e chegar em um acordo.
Já se não estiver disposta a conversar, siga com a sua vida. A indisposição do outro pode ser um sinal de que ele não é uma boa companhia para você, pois não respeita os seus limites.
4. Expresse os seus limites com atitudes
Além de expressar os seus limites com as palavras, você pode expressá-los com as suas atitudes.
Todos nós já fazemos isso sem perceber, dando dicas do que gostamos e não gostamos.
Por exemplo, quando um colega de trabalho começar a fofocar sobre outra pessoa, você pode mostrar que não tem interesse ao mudar de assunto assim que ele terminar de falar. Assim, ele saberá que você não tem interesse nisso.
Assim, mudar de assunto, recusar convites para certos programas e sugerir outra atividade são formas sutis de esclarecer aos demais quais são os seus limites e, consequentemente, como você gostaria de ser tratado.
Da mesma forma, ao reagir com um sorriso a uma atitude, você mostra ao outro que aquele comportamento é aceitável e é provável que ele se repita.
5. Seja o seu próprio exemplo
Aja da maneira que você gostaria de ser tratado. Se você almeja ser uma pessoa confiante e ter interações saudáveis com as pessoas, tente agir como se já tivesse atingido o seu objetivo.
Trate as pessoas bem, seja simpático, faça os convites que você gostaria de receber, ofereça ajuda do modo que você gostaria de ser ajudado, entre outras atitudes as quais você quer ver em abundância em sua vida.
Aquele ditado popular que nos é ensinado quando somos crianças, “faça com os outros o que você gostaria que fizessem com você”, é real!
Algumas pessoas podem não agir conforme o esperado, mas grande parte delas vai entender o recado.
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Autor: psicologa Luzia Fatima de Andrade Lobato - CRP 06/119285 Formação: Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e pós-graduada em Saúde Mental. Possui vasta experiência em atendimentos para adultos e casais, com foco em demandas como ansiedade, estresse no trabalho, conflitos familiares, depressão, questões emocionais como autoestima e autoconfiança…
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