Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Marcela Garcia Manochio - Psicólogo CRP 06/120952
É difícil conversar sobre a vergonha. Esta emoção também pode ser a mais difícil de reconhecer em nós mesmos, além de despertar muita dor. Normalmente, a vergonha está associada a questões que gostaríamos de deixar adormecidas.
Ela costuma ser facilmente confundida com o constrangimento ou a culpa. O primeiro aparece quando fazemos algo fora da nossa zona de conforto e não queremos que outras pessoas debochem de nós. Ele tende a ser passageiro, uma reação do momento.
Já o segundo diz respeito à sensação ruim que surge após quebrarmos uma norma social ou pessoal. Assim, nos sentimos culpados por ter agido de tal maneira. A culpa pode demorar anos para desaparecer, mas podemos apaziguá-la ao confessar os nossos feitos.
A vergonha é uma emoção totalmente diferente, que toma conta de nós quando acreditamos estar errados sobre alguma coisa. Já que tende a consumir nossos pensamentos e despertar diversos sentimentos ruins, ela tende a ser sufocante.
A psicologia da vergonha
A vergonha pode durar uma vida inteira se nós permitirmos. Podemos sentir uma sensação de grande impotência ao pensar em mudar ou erradicar a causa dessa emoção. A vergonha tem essa característica dominadora. Por estar ligada a outras emoções, a tendência é ela crescer e virar uma bola de neve emocional dentro de nós.
A sua origem frequentemente está associada à infância.
As crianças têm dificuldade para separar o que sentem da sua autoimagem. Assim, quando experimentam sentimentos negativos e os seus pais (ou outras pessoas) invalidam como se sentem, elas concluem que há algo de errado com elas.
Outra ocasião cujo resultado é semelhante é quando as crianças se orgulham de um desenho, uma dança ou uma criação extravagante e mostram aos pais. Quando a reação deles é de desgosto ou de desinteresse, desperta a vergonha. A criança envergonhada pode abandonar aquela habilidade criativa por anos até superar o ocorrido e se dar uma segunda chance.
Essa emoção, então, está diretamente associada aos julgamentos alheios. Quem cresce com vergonha de si mesmo, de uma habilidade, de sua condição de vida ou qualquer outra característica pessoal, não deixa que os outros olhem para ele.
O envergonhado pode chegar ao ponto de cultivar comportamentos autodestrutivos em uma tentativa desesperadora de administrar a vergonha. Por exemplo, pode recorrer a vícios ou atos violentos para tentar enfraquecer essa emoção.
Além disso, ele pode desenvolver depressão, distúrbios alimentares e outras condições psicológicas, especialmente durante a adolescência. Nessa fase da vida, a prioridade é a busca pela identidade. Quando se tem vergonha de quem é, ela pode se tornar insuportável e causar o esgotamento psicológico.
Como perder a vergonha?
A autora e pesquisadora americana Brené Brown descreve a vergonha como um sentimento intensamente doloroso que nos faz acreditar que somos imperfeitos e, portanto, indignos de amor e pertencimento.
Levando esse conceito em consideração, faz sentido que a última coisa que nós queiramos quando sentimos vergonha seja falar sobre o assunto. Afinal, os outros podem acabar descobrindo que, na verdade, somos pessoas terríveis ou estamos vivendo de uma forma “errada” ao compartilharmos a razão de tanta vergonha.
Entretanto, para perder a vergonha de ser quem você é e mostrar o seu “eu” mais autêntico, não basta somente superar o receio de falar sobre o assunto. É preciso falar, sentir e viver. Pode ser doloroso e até cansativo fazer isso, mas, quando a parte indesejável passar, você perceberá que restarão somente sentimentos bons.
Para ajudá-lo a perder a vergonha e, enfim, aproveitar a vida sem amarras, medos e preocupações desnecessárias, separamos cinco dicas abaixo.
1. Admita o que você está sentindo
Não fuja dos seus sentimentos. Reconheça-os para que você consiga cortar o mal pela raiz. Quando escondemos o que sentimos, o objetivo é criar um distanciamento confortável para deixarmos de sentir desconforto.
No entanto, o que acreditamos ser uma solução é, na verdade, um agravante para os nossos problemas. Fingir que a vergonha não existe, bem como as emoções negativas despertadas por ela, não a faz diminuir nem desaparecer. É justamente o contrário: ela se fortalece no silêncio.
Deste modo, aceite os seus sentimentos e dê nome a eles. Você se sentirá melhor ao fazer isso, acredite! O passo posterior à aceitação é justamente tomar uma atitude visando o seu bem-estar. O que você pode fazer para deixar de se sentir assim?
2. Separe o que você faz de quem você é
Pense novamente na criança cujos sentimentos são ignorados ou repudiados pelos pais, como mencionado anteriormente. Ela cresce com medo de expressar os seus talentos, a sua personalidade ou as suas opiniões. Isso acontece porque a autoestima dela está associada ao que ela faz e não a quem ela é.
Você se identifica com essa criança?
Se sim, você provavelmente acredita que o que você faz define quem é. Todos nós queremos ser admirados até certo ponto, mas a verdade é que os outros não são obrigados a reconhecer nossos feitos. Quem deve se orgulhar e exaltar as nossas conquistas somos nós mesmos, concorda?
Quando você compartilhar uma ideia que acredita ser bacana em uma reunião de trabalho e não receber a resposta desejada, não pense que você é incompetente e tenha vergonha de suas ideias. Aceite que, naquele momento, o que você disse não foi bem recebido, mas nada indica que sempre será assim.
3. Reconheça os seus gatilhos
As nossas inseguranças potencializam a vergonha. Essa emoção abre uma porta para outras pendências emocionais e medos antigos de não ser bom o suficiente.
Uma mãe de primeira viagem, por exemplo, pode ter vergonha da sua falta de experiência, que a leva a tomar decisões “erradas” de vez em quando. Deste modo, ela evita ficar próximo de mães experientes e começa a se questionar se, de fato, é uma boa mãe. Ou seja, ela alimenta questões que antes não estavam ligadas ao problema inicial.
Quando estamos cientes de nossos gatilhos da vergonha, conseguimos combater essa emoção antes que ela ganhe força e nos paralise. Então, reflita sobre o que lhe envergonha e pense por que você se sente assim em relação a esse determinado tópico.
Compreenda que em vez de lutar para cumprir uma noção externa de quem você deveria ser, você pode se aceitar como é! Não há nada de errado em não ter conhecimento, levar um estilo de vida diferente ou não ser bom em alguma coisa. Você pode modificar todos esses cenários se assim desejar.
4. Faça conexões
A vergonha também é uma forma de medo da desconexão com os outros. Ao sair do seu casulo e procurar estabelecer conexões em contextos sociais diferentes, como no trabalho, na vizinhança e na faculdade, você pode aprender a aceitar si mesmo e as outras pessoas também.
Ao se permitir conviver com inúmeras personalidades, sem fazer julgamentos, a pessoa envergonhada começa a perceber que há todo o tipo de indivíduos no mundo, sendo que alguns podem ter comportamentos piores do que os seus. Então, ela chega à conclusão de que, assim como os outras, ela também tem defeitos e é humana.
As conexões também são benéficas para ajudar as pessoas a gerirem a vergonha de modo sadio. Quando possuem amizades fortes, podem recorrer a esses vínculos quando estão se sentindo mal em vez expressar emoções de modos pouco saudáveis.
Do mesmo modo, podemos nos tornar o porto seguro de alguém e oferecer consolo quando essa pessoa estiver sob o controle da vergonha. Um singelo “eu sei como você se sente” é o bastante para ajudá-la a combater emoções desagradáveis.
5. Deixe o passado ir embora
Se a sua vergonha nasceu de um evento do passado, lá na infância ou adolescência, quando alguém lhe disse que você era ruim em alguma coisa e deveria desistir, está na hora de deixar o passado para trás!
Infelizmente, quando jovens, tendemos a aceitar diversos “conselhos” que causam a nossa desistência de algo pelo qual éramos apaixonados, ou incentivam percepções negativas sobre quem somos. Como somos inexperientes, acreditamos no que os outros dizem sobre nós.
Não são escassos os casos de pessoas que desistem de seus sonhos por causa disso e não compreendem por que se sentem frustradas e incompletas no presente. Para elas, nada parece satisfatório.
Para perder a vergonha de uma vez por todas, deixe os conselhos mal-intencionados recebidos no passado para trás por definitivo e faça o que você sempre quis fazer. Esta dica é válida para múltiplas áreas da sua vida: personalidade, relacionamentos, moda, educação e trabalho.
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