Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Adriana Jaqueline Costa Rodrigues Braga - Psicólogo CRP 06/128616
Apesar de o envelhecimento ser um processo natural e que deve ser visto com orgulho pela pessoa idosa e por toda a sociedade, essa nova fase da vida costuma vir carregada de um preconceito social profundo e enraizado, conhecido como ageísmo.
Psicólogos explicam que esse preconceito está interligado à falta de conhecimento sobre o envelhecimento, o que provoca a depreciação das condições da pessoa idosa.
No entanto, convém destacar que essa discriminação afeta profundamente a saúde mental das pessoas que sofrem com ela e pode provocar quadros graves de ansiedade e depressão.
Por isso mesmo, é uma questão que precisa ser discutida e combatida.
Nesse sentido, preparamos este artigo para tratar sobre o ageísmo e elucidar as principais questões, desde as causas até as formas de tratamento para quem sofre com esse preconceito. Continue acompanhando!
O que é ageísmo?
Basicamente, o ageísmo consiste no preconceito baseado na idade, sendo dirigido especialmente à população idosa.
Ou seja, ele consiste em atitudes discriminatórias pelo fato de uma pessoa ser mais velha.
Convém destacar que a palavra “ageísmo” é proveniente da tradução do termo em inglês “ageism”, criado pelo médico e gerontologista Robert Neil Butler, em 1969.
Esse preconceito pode aparecer em ações e em até mesmo na manifestação de opiniões estereotipadas e pejorativas sobre as pessoas mais velhas.
Alguns exemplos corriqueiros do ageísmo são:
- Tratamento inferior a alguém devido à sua idade;
- Não contratação de um profissional em razão da idade;
- Piadas sobre as pessoas mais velhas.
Quais são os impactos do ageísmo na vida dos idosos?
Em uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde, em 2016, 60% dos entrevistados demonstraram possuir uma visão negativa sobre o envelhecimento.
O levantamento ouviu 83 mil pessoas em 57 nações diferentes.
Esse considerável número nos leva a tentar compreender os impactos desse preconceito na vida das pessoas para, então, encontrar formas de combatê-lo.
Exclusão de um grupo social
O ageísmo leva à exclusão social das pessoas mais velhas. Isso acontece porque a sociedade não está preparada (e pouco se preocupa em se preparar) para receber os idosos em variados espaços e atividades.
Dessa forma, esse grupo social acaba sendo marginalizado e excluído, o que pode causar, inclusive, o rompimento de vínculos dentro das próprias famílias.
Convém destacar ainda que, nesse cenário, os mais jovens acabam perdendo a oportunidade e os benefícios de se relacionar e aprender com as gerações mais velhas.
Falta de oportunidades no mercado de trabalho
A exclusão também passa pelo mercado de trabalho.
Sim, boa parte das pessoas mais velhas não conseguem uma recolocação no mercado de trabalho justamente pela idade, uma vez que as empresas as julgam incapazes para desenvolver determinada função.
Esse é um impacto extremamente grave, que pode comprometer não apenas a saúde financeira da pessoa como também a física e mental.
Problemas no desempenho físico dos idosos
Existem pesquisas que revelam que grupos estigmatizados e carregados de estereótipos costumam apresentar desempenhos piores em algumas atividades, justamente em razão da expectativa negativa dos outros sobre eles.
Nesse sentido, o fato de a sociedade olhar para os idosos como pessoas fracas e incapazes, faz com que haja uma grande interferência no desempenho físico deles, principalmente em atividades motoras e cognitivas.
Comprometimento da saúde mental da pessoa idosa
Um último impacto que convém destacar – e que talvez seja um dos piores – é o comprometimento da saúde mental dos idosos.
Sim, o olhar estereotipado, negativo e preconceituoso da sociedade sobre o envelhecimento, além do isolamento a que as pessoas idosas são impostas, faz com que elas percam a autoestima e desenvolvam quadros de ansiedade e depressão.
Não por acaso, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE, em 2019, os idosos são os mais afetados pela depressão.
Naturalmente, os desafios do envelhecimento contribuem para essa questão.
No entanto, sabe-se que o ageísmo é um grande fator que contribui para o agravamento dessas questões emocionais e mentais.
Como combater o ageísmo?
Assim como outros preconceitos, o ageísmo está enraizado na sociedade. Isso significa que, para combatê-lo, é importante mudar a estrutura e o pensamento social.
Nesse sentido, algumas das formas de combater esse preconceito são:
Desconstruir as percepções sobre o envelhecimento
O primeiro passo é desconstruir as percepções sobre o envelhecimento. Apesar de ser um processo que levará anos, é preciso que o primeiro passo seja dado.
Dessa forma, é necessário buscar formas de se conscientizar sobre o tema e entender de fato o que é a vivência na terceira idade para desconstruir os estereótipos.
Esse é um passo que pode ser dado de forma individual, com pesquisas, mas também de maneira coletiva, por meio de palestras e campanhas de conscientização.
Valorizar as pessoas mais velhas
Além de desconstruir a sua visão sobre o envelhecimento, também é muito importante colocar novas ações em prática.
Nesse sentido, é preciso adotar atitudes que valorizem as pessoas mais velhas, como criar meios que possibilitem que elas sejam incluídas na sociedade e promover ações que as beneficiem, como a criação de políticas sociais.
Tudo isso contribuirá para que eles não se sintam tão isolados, o que proporcionará uma melhora significativa na saúde mental desse grupo.
Ter contato com as pessoas idosas
Só é possível conhecer sobre o envelhecimento quando se convive com pessoas idosas.
Portanto, uma das formas mais eficazes de mudar o olhar sobre essa questão é estando próximo de pessoas de diferentes idades e se permitir trocar experiências com elas.
Inclusive, vale dizer que, conviver e ouvir o idoso permite se preparar para o seu próprio envelhecimento de uma maneira mais tranquila e leve.
E esse é um ponto muito importante, principalmente quando pensamos que, a partir de 2031, haverá mais idosos no Brasil do que crianças e adolescentes, como divulgou o IBGE.
Como tratar os idosos que sofrem com esse preconceito?
Infelizmente, como mencionamos, o ageísmo é uma questão estrutural e enraizada na sociedade e que, por isso, pode levar anos para ser extinta de fato.
Enquanto isso, é preciso olhar e cuidar dos idosos que sofrem com esse preconceito, uma vez que são impactados de diferentes formas, sobretudo emocional e psicologicamente.
Diante disso, é imprescindível que a pessoa idosa tenha um acompanhamento psicológico frequente para o devido cuidado com a sua saúde mental.
Essa é uma forma de evitar problemas como ansiedade, depressão e outros transtornos psicoemocionais.
Mais do que isso: um profissional capacitado da área da Psicologia é capaz de mostrar à pessoa idosa a sua importância na sociedade, elevar a sua autoestima e permitir que o seu envelhecimento seja mais tranquilo, com os desafios sendo superados de forma leve.
Portanto, vale a pena incluir uma terapia na sua vida antes mesmo de entrar para a terceira idade.
Assim, você consegue se preparar melhor para essa incrível fase da vida!
E, caso você já esteja nela, não hesite em contar com uma ajuda profissional para se sentir melhor, mais feliz e motivado e com autoestima elevada!
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Autor: psicologa Adriana Jaqueline Costa Rodrigues Braga - CRP 06/128616Formação: A psicóloga Jaqueline Braga possui mais de 10 anos de experiência em Psicologia Clínica. É especialista Comportamental DISC pela Etalent Internacional e pós-graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental pela Universidade Anhanguera. Além disso, também possui pós-graduação em Psicologia...