Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Adriana Jaqueline Costa Rodrigues Braga - Psicólogo CRP 06/128616
A hipocondria é uma condição psíquica que atinge mais de 150 mil brasileiros por ano, segundo o jornal Extra. No entanto, após a pandemia da Covid-19, esse número pode ter aumentado ainda mais em razão da forte ansiedade trazida pelo período.
Apesar de muitas pessoas utilizarem de forma corriqueira o termo “hipocondríaco” para se referir a indivíduos que acreditam estar doentes com frequência – o que banaliza o conceito, saiba que a hipocondria é um transtorno grave e que merece a devida atenção.
Neste artigo, preparamos um guia completo sobre a hipocondria, para falar sobre suas causas, sintomas e possibilidades de tratamento. Boa leitura!
O que é hipocondria?
A hipocondria ou nosomifalia (nome técnico) consiste em um transtorno mental que tem como principal característica o medo irracional de adoecer. Ou seja, o hipocondríaco acredita que sofre de doenças sérias, ainda que não apresente sintomas claros dessas.
Isso faz com que ele fique constantemente ansioso, preocupado e angustiado e marque médicos e exames com uma certa frequência.
Porém, mesmo quando recebe um diagnóstico positivo dos médicos, isto é, que não possui a doença, o paciente com hipocondria continua preocupado.
Há aqueles indivíduos que, além das condições mencionadas acima, desenvolvem também a prática da automedicação, o que coloca em risco sua saúde física.
O que causa a hipocondria?
A hipocondria está listada na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e costuma estar frequentemente associada a outras condições mentais, como a ansiedade e o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Portanto, essas podem ser algumas de suas principais causas.
Além disso, o hipocondrismo também pode surgir após um evento traumático relacionado à saúde pelo qual o indivíduo ou algum familiar seu tenha passado, como uma doença grave e intensa que tenha demandado excessivos cuidados médicos.
Principais sintomas e sinais da hipocondria
O principal sintoma da hipocondria é justamente o medo e a preocupação excessiva em relação à sua saúde. Assim, diante de qualquer sensação corporal, como simples gases ou uma dor de cabeça, o paciente acredita que pode estar gravemente doente.
Essa condição, obviamente, desenvolve a ansiedade prolongada que contribui para o desencadeamento de outros sintomas e sinais, como:
Consultas médicas frequentes
A inquietação causada pela hipocondria é tão grande que o indivíduo procura especialistas com muita frequência, seja para esclarecer dúvidas ou para realizar exames médicos.
Sua ansiedade é tamanha que gera uma necessidade para encontrar rapidamente um diagnóstico para aquilo que ele acredita ter.
Em outras situações, a pessoa hipocondríaca também pode procurar o consultório médico apenas para saber se está tudo bem com a sua saúde, mesmo quando não apresenta qualquer sintoma.
Desconfiança da opinião médica e/ou dos resultados dos exames
Como sempre acredita que possui uma condição grave de saúde, o hipocondríaco tende a desconfiar dos médicos e até dos resultados de seus exames quando estes apontam que não há nada de errado com a sua saúde.
Por causa disso, é muito comum que o paciente procure dois, três, quatro ou mais especialistas na tentativa de ouvir opiniões diferentes sobre si e sobre a doença que ele acredita ter.
Isolamento social
Outro sinal da hipocondria é o isolamento social pelo medo de ser contaminado. Sim, devido ao medo de contrair alguma doença, o paciente evita frequentar lugares públicos ou, quando o faz, é apenas para ir a algum compromisso essencial.
Em estágios mais avançados do transtorno, o hipocondríaco pode deixar de cumprir até mesmo com questões básicas, como ir ao trabalho ou ao supermercado.
Dificuldade para falar de outros assuntos
O hipocondríaco não consegue falar de outros assuntos que não sejam os patológicos. Ou seja, se estiver em uma roda de amigos, dificilmente falará sobre um assunto mais casual, como uma série que todos estão acompanhando.
Isso porque o seu foco na saúde é tão absoluto que ele simplesmente não consegue enxergar outras temáticas que não seja essa.
Não por acaso, é comum que a todo momento ele faça consultas em portais de saúde na internet para verificar informações sobre diversas doenças.
Checagem frequente dos indicadores de saúde
Além da checagem em portais de saúde – mencionado anteriormente, a pessoa com hipocondria também costuma checar com frequência os seus indicadores de saúde. Isso inclui aferir a pressão arterial, a temperatura corporal e os batimentos cardíacos.
Tudo isso é feito de forma exagerada e sem a existência de qualquer tipo de sintoma ou doença que demande essa verificação constante.
Pensamento obsessivo
Por muitas vezes estar associada ao TOC, a hipocondria faz com que o paciente tenha sempre o pensamento obsessivo de doença grave. Isso significa que os seus padrões de pensamento são voltados para essa questão.
É comum, por exemplo, o paciente receber o diagnóstico de uma enfermidade simples, como um resfriado, mas acreditar que se trata de algo muito pior. Isso acontece porque, em sua mente, sua vida sempre está em risco.
Prática da automedicação
Um outro sinal da existência da hipocondria é a prática da automedicação. Ou seja, o indivíduo pode fazer uso de medicamentos por conta própria, sem prescrição, para “tratar” a enfermidade que ele acredita ter.
No entanto, convém destacar os riscos dessa prática. Afinal, a automedicação pode provocar a intoxicação, a dependência química e até mesmo o mascaramento de doenças que realmente existem.
Portanto, é uma medida altamente perigosa para a saúde física.
Como tratar a hipocondria?
Assim que realizado o diagnóstico da hipocondria, é importante iniciar o tratamento dessa doença o quanto antes. Isso porque, como vimos, essa é uma condição grave, que pode trazer bastante sofrimento mental para o indivíduo.
Vale dizer que, em alguns casos, esse sofrimento também pode ser de ordem física, principalmente quando falamos da psicossomatização.
Nesse sentido, o tratamento mais recomendado para a pessoa hipocondríaca é a terapia, especialmente a sua abordagem cognitivo-comportamental.
Afinal, ela procura reconhecer os comportamentos e pensamentos prejudiciais ao indivíduo para, então, sugerir pontos de mudança.
Além disso, durante as sessões de terapia, o psicólogo passará exercícios para serem realizados dentro e fora do consultório para que o paciente mude a forma como encara a realidade e se relaciona com a saúde.
Nos casos em que a hipocondria esteja relacionada a outras condições mentais, como ansiedade, depressão e TOC, então o tratamento medicamentoso também pode ser indicado por um psiquiatra.
E, por fim, como o restabelecimento do paciente e o alívio dos sintomas depende muito do seu compromisso em melhorar, também deve ser incluído em sua rotina a prática de exercícios físicos e de outras atividades de relaxamento para que seja possível reverter a hipocondria dentro e fora do consultório psicológico.
Ou seja, é muito importante o comprometimento do indivíduo durante o seu tratamento.
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Autor: psicologa Adriana Jaqueline Costa Rodrigues Braga - CRP 06/128616Formação: A psicóloga Jaqueline Braga possui mais de 10 anos de experiência em Psicologia Clínica. É especialista Comportamental DISC pela Etalent Internacional e pós-graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental pela Universidade Anhanguera. Além disso, também possui pós-graduação em Psicologia...