Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Letícia Batista Lopes - Psicólogo CRP 06/168484
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 25% das puérperas são diagnosticadas com depressão pós-parto.
O número aponta para uma necessidade de cuidado e uma atenção maior para com as mães de recém-nascidos, principalmente tendo em vista que essa condição é muitas vezes negligenciada.
Pensando nesse cenário, preparamos este conteúdo. Vamos falar sobre os sintomas da depressão pós-parto, os seus fatores de risco e qual profissional procurar em caso de desenvolvimento dessa condição. Boa leitura!
O que é a depressão pós-parto?
A depressão pós-parto é a condição de tristeza profunda que uma mãe se encontra após o nascimento do seu bebê. Essa condição pode trazer consequências para a mãe, para o seu filho – inclusive quando esse estiver na infância e adolescência – e ainda compromete o vínculo entre ambos.
Além da tristeza intensa e profunda, a puérpera que desenvolve a depressão pós-parto costuma se sentir desmotivada, com um cansaço excessivo e uma irritação extrema.
Apesar de acometer majoritariamente as mulheres, saiba que essa condição também pode se desenvolver nos homens.
O que causa a depressão pós-parto?
O surgimento da depressão pós-parto costuma estar associado a uma combinação de fatores emocionais e físicos, sendo que esses últimos estão relacionados com o desequilíbrio hormonal após o término da gestação.
Ademais, existem fatores também relacionados ao estilo de vida da mulher e ao histórico de outras condições mentais que ela já apresenta, como ansiedade e estresse.
Ainda seguindo os estudos, existem outras causas que também podem desencadear a depressão pós-parto, como:
- Privação de sono;
- Falta de apoio do parceiro e da família;
- Vício em drogas lícitas ou ilícitas;
- Histórico na família de depressão;
- Problemas com o aleitamento materno;
- Desfechos obstétricos ruins.
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento dessa condição?
Apesar de a depressão pós-parto poder acometer qualquer mulher no puerpério, existem alguns fatores de risco que fazem com que algumas sejam mais propensas do que as outras para o desenvolvimento dessa condição. Eles são:
- Depressão antes da gravidez;
- Depressão pós-parto em uma gravidez anterior;
- Transtorno bipolar;
- Violência doméstica;
- Histórico familiar de depressão ou outros transtornos;
- Gravidez não planejada;
- Histórico de desordem disfórica pré-menstrual (forma grave da tensão pré-menstrual).
Quais são os sintomas da depressão pós-parto?
Todo e qualquer sinal da depressão pós-parto deve receber a devida atenção.
Afinal, essa é uma condição muitas vezes negligenciada e confundida com um “simples” cansaço da mulher. Entretanto, se não diagnosticada, ela pode evoluir para casos mais graves.
Nesse sentido, atente-se aos principais sintomas da depressão pós-parto, que são:
- Tristeza intensa e profunda
- Alterações rápidas no humor
- Diminuição da concentração
- Crises de choro incontroláveis
- Insônia ou aumento do sono
- Cansaço extremo
- Vontade de comer mais ou perda de apetite
- Inquietação
- Sentimento de culpa ou indignação
- Ansiedade ou ataques de pânico
- Excesso de preocupação
- Pensamento suicida
- Perda ou ganho de peso
- Sensação de ser incapaz de cuidar do bebê
- Dores de cabeça e no corpo
- Vontade súbita de fazer mal ao bebê
- Perda de interesse em atividades ou pessoas que antes gostava
Quanto tempo eles duram?
Os sintomas da depressão pós-parto têm duração maior do que duas semanas, algo que a difere, por exemplo, da melancolia pós-parto, que dura de 2 a 3 dias.
Quanto tempo depois do parto a depressão pode aparecer?
O surgimento da depressão pós-parto varia de mulher para mulher. O mais comum é que ela se manifeste dentro das quatro primeiras semanas após o nascimento do bebê.
Entretanto, existem casos de mulheres que a desenvolvem meses após o parto.
Qual profissional procurar para tratar a depressão pós-parto?
Para ter a certeza se a condição que a puérpera está vivenciando é uma depressão pós-parto, é necessário se dirigir a um especialista. Na maioria das vezes, esse será um médico psiquiatra.
A partir da observação dos sintomas e do tempo em que esses estão se manifestando, o profissional poderá constatar se trata-se de uma depressão pós-parto ou de alguma outra condição com sintomas semelhantes.
Além da anamnese, o médico também pode solicitar exames de sangue para verificar se a depressão pode ser proveniente de alguma alteração hormonal significativa, pois, como mencionamos, após o parto há um desequilíbrio nos hormônios.
A partir disso, então o psiquiatra fará a prescrição dos medicamentos, como ansiolíticos e antidepressivos. Ademais, no caso da constatação de descontrole hormonal, então poderá ser recomendado um tratamento com terapia hormonal.
Outro profissional fundamental nesse processo é o psicólogo. Além de tratar as causas de ordem emocional da depressão pós-parto, esse profissional auxiliará a mãe a desenvolver laços afetivos com o bebê.
Por fim, mas não menos importante, vale dizer que a ajuda de uma rede de apoio é essencial para prestar o suporte necessário à puérpera, tanto em termos de carinho quanto nos cuidados com o bebê para, assim, reduzir a sua sobrecarga.
Convém mencionar que, sem o devido tratamento, a depressão pós-parto pode se tornar crônica ou se transformar em uma psicose pós-parto, uma condição muito mais severa.
É possível prevenir a depressão pós-parto?
Sim, a depressão pós-parto pode ser prevenida com algumas medidas simples adotadas ainda durante a gestação.
Nesse sentido, durante a gravidez, a mulher deve desenvolver hábitos voltados para a sua saúde mental, que a ajude a se preparar para lidar com a sua nova função que está por vir: a materna.
Para isso, algumas dicas simples podem ser seguidas, como:
- Praticar regularmente atividades físicas;
- Praticar regularmente algum hobby;
- Fazer terapia;
- Não se isolar, isto é, estar sempre na presença de pessoas queridas;
- Estreitar os vínculos afetivos com familiares e amigos;
- Procurar estudar e se manter informada sobre a maternidade.
Já após o nascimento do bebê, saiba que também existem alguns outros hábitos que podem ser adotados a fim de evitar o surgimento da depressão, como:
- Evitar o consumo de cafeína, álcool e drogas;
- Manter os pensamentos positivos;
- Ser paciente nos primeiros dias de vida do bebê, pois é apenas com o tempo que será possível criar uma rotina;
- Evitar a sobrecarga no cuidado com a criança. Para isso, peça ajuda à sua rede de apoio para que você possa dormir, se alimentar bem e ter um tempo de qualidade para si na medida do possível;
- Realizar o check-up pós-natal logo após o parto para verificar os níveis hormonais.
Vale destacar a importância do parceiro e da família para o cuidado com a saúde mental da puérpera, bem como no diagnóstico da depressão pós-parto. Afinal, dificilmente a mulher sozinha conseguirá perceber que está sofrendo dessa condição.
Portanto, se você é familiar ou amigo, se mantenha junto à mulher em todas as fases da gravidez, inclusive no pós-parto, e preste o auxílio necessário para manter e garantir o seu bem-estar.
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Autor: psicologa Letícia Batista Lopes - CRP 06/168484Formação: A psicóloga Letícia Lopes é graduada pela Universidade Paulista, pós-graduada em Saúde Mental pelo CEPPS e possui formação em TCC Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC. Atua em seus atendimentos utilizando predominantemente a abordagem Humanista.