Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Letícia Batista Lopes - Psicólogo CRP 06/168484
Adotar uma criança é ato generoso e um privilégio para os pais que alcançam essa graça. Entretanto, em meio a tamanha felicidade, muitos adultos se veem perdidos na hora de contar esse fato à criança.
Seja por não saber como começar a narrativa ou, ainda, pelo medo de que a criança desenvolva o sentimento da rejeição, caso essa queira saber mais sobre a sua história, é muito comum os adultos não saberem como agir.
Pensando nesse conflito, preparamos este conteúdo para dar algumas dicas sobre quando e como contar sobre a adoção do seu filho. Boa leitura!
Por que é importante contar para a criança sobre a adoção?
A primeira dúvida dos pais que adotaram uma criança é sobre contar ou não para ela a respeito do fato. Afinal, é natural ter o medo de ser rejeitado pelo filho, de que ele queira conhecer suas origens ou de que ele não processe muito bem a informação.
Mas acontece que é sim muito necessário (e até indispensável) deixar a criança ciente sobre a sua adoção por diversos fatores.
Primeiro porque essa história é dela e, portanto, os pais, por mais que queiram blindá-la de algum possível sofrimento, não têm o direito de esconder uma parte tão importante da sua vida.
Por outro lado, caso ela descubra isso futuramente por meio de outras pessoas, a confiança será quebrada e isso pode gerar uma revolta pelo fato de ela ter sido traída e enganada.
Além disso, quando o indivíduo sabe sobre sua adoção desde a infância, ele tende a ver essa situação como algo natural e terá mais facilidade para aceitar e assimilar as informações. Quando isso acontece, é muito comum que ela nem se interesse em saber sobre suas origens, pois realmente se sente pertencente àquela família.
Infelizmente, não é possível prever o futuro e nem as reações da criança, mas o mais importante é focar em uma criação baseada na verdade, no amor e no respeito. Ao receber tudo isso, com certeza o seu filho se sentirá seguro e fortalecido no lar.
Quando contar sobre a adoção para o filho?
O momento de falar sobre a adoção é ainda na infância. Entretanto, não existe uma ocasião certa para isso. Afinal, qualquer momento pode ser propício para ter essa conversa.
Vale dizer que o ideal é não esperar uma data especial para abordar o assunto, para que a criança não seja marcada por isso. Ou seja, no dia a dia comum os pais podem introduzir essa narrativa, como um ato simples e natural.
Por volta dos 3 e 4 anos de idade, as crianças começam a perguntar sobre a origem dos bebês. Então, esse pode ser um cenário para começar a introduzir sobre o assunto.
No entanto, é preciso respeitar a maturidade cognitiva e emocional da criança. Para isso, os adultos podem ir respondendo aos poucos as dúvidas que surgirem.
E quando os adultos perceberem que o filho já possui uma maturidade maior para compreender o assunto, então podem estabelecer um diálogo mais profundo para abordar sobre a adoção.
O mais importante, como já dissemos, é não esconder nada da criança e nem proibi-la de acessar a sua história. Portanto, permita que ela construa a sua história apenas em fatos reais e verdadeiros!
Como conversar sobre o assunto?
Existem várias estratégias para contar sobre a adoção para o filho. Tudo vai depender da idade da criança, da maturidade que ela apresenta e da sua própria história. Ou seja, cada situação é única.
Entretanto, para te orientar, listamos algumas dicas de como ter essa conversa.
Trate a adoção como algo natural
Primeiramente, os pais devem falar sobre a adoção como algo natural. É necessário desconstruir os preconceitos e medos acerca do assunto para conseguir passar essa naturalidade para a criança.
Para os pais que possuem essa dificuldade, vale a pena frequentar grupos de apoio que tenham outros pais via adoção. Essa é uma forma de adentrar em um contexto de normalidade sobre a questão.
Utilize recursos lúdicos
Como dissemos, os pais devem começar a contar sobre a adoção para o filho logo que ele iniciar os questionamentos, o que costuma ocorrer antes dos 4 anos.
Nesse caso, pode ser interessante utilizar recursos lúdicos para isso, como contar histórias infantis ou utilizar filmes e músicas. Esses elementos podem ajudar a conscientizar a criança sobre a adoção de uma forma leve.
O mais importante é não fugir de nenhum questionamento feito pela criança!
Fale sobre a chegada da criança no lar
Para trabalhar o sentimento de pertencimento da criança à família, é muito importante falar sobre a chegada dela ao lar.
Você pode usar álbuns fotográficos, por exemplo, para mostrar como a família estava se preparando para a chegada dela e também mostrar fotos do dia em que ela chegou em casa, de como esse foi um momento feliz e aguardado.
Mostre ao seu filho como a sua vida ficou mais colorida com a chegada dele!
Não esconda informações
Não esconda nenhuma informação da criança. Se você souber coisas legais sobre a família biológica, por exemplo, pode dizer. Mas nunca invente ou romantize uma história.
Além disso, caso a criança tenha vivenciado alguma situação traumática na família biológica, como maus-tratos, é importante dar todo o apoio para ela, mostrando que aquilo não deveria ter acontecido e que o ocorrido não é culpa dela. Isso é importante para evitar traumas futuros.
Não tenha medo
E o mais importante: não tenha medo dessa conversa e nem da reação do seu filho. Cerque-o de amor e mostre que ele foi muito desejado e aguardado pela família. Além disso, seja honesto e se mostre disposto a responder todos os seus questionamentos.
Isso fará com que o processo seja mais tranquilo!
Como o psicólogo pode ajudar nesse processo?
Para alguns pais, contar sobre a adoção para o filho pode ser mais difícil do que para outros. Nesses casos, pode ser interessante contar com a ajuda de um psicólogo.
Você poderá fazer uma terapia individual, para encontrar caminhos para trabalhar os medos e os receios dentro de você, ou optar por uma terapia familiar.
Nessa última, o profissional orientará a família, incluindo a criança, no processo de gerenciamento e processamento da informação e no cuidado com a saúde mental, amenizando o estresse e os conflitos.
A partir disso, os pais terão coragem para dialogar de forma honesta e sincera com os filhos e esses terão mais tranquilidade para lidar com o processo.
Portanto, se você acredita que não consegue ter essa conversa com o seu filho sem um auxílio profissional, procure um bom psicólogo para te orientar!
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Autor: psicologa Letícia Batista Lopes - CRP 06/168484Formação: A psicóloga Letícia Lopes é graduada pela Universidade Paulista, pós-graduada em Saúde Mental pelo CEPPS e possui formação em TCC Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC. Atua em seus atendimentos utilizando predominantemente a abordagem Humanista.