Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Marcela Garcia Manochio - Psicólogo CRP 06/120952
Crenças antigas são aquelas formadas nos nossos primeiros anos de vida ou durante a juventude.
As crenças em geral são consolidadas a partir de experiências de vida (boas e ruins), aprendizados recebidos dos pais e outros guias, mensagens aprendidas com a mídia e valores e crenças populares que circulam pela sociedade.
Por se tratar de um conjunto de fatores, pode ser difícil identificar a raiz de uma crença limitante.
Além disso, cada pessoa interpreta os acontecimentos e as lições de vida de uma maneira distinta.
Mesmo que dois indivíduos passem pela mesma experiência, eles terão opiniões e visões diferentes do ocorrido.
Por que é preciso modificar crenças antigas?
Algumas crenças criadas lá atrás interferem negativamente no nosso dia a dia.
As interferências são percebidas em decisões tomadas de maneira precipitada, na baixa autoestima, na autossabotagem, na dificuldade para manter relacionamentos, na ansiedade, entre outros.
Por exemplo, uma pessoa que passa por experiências ruins na adolescência, como bullying na escola, pode desenvolver crenças autodepreciativas.
Ela pode passar a pensar que é, de fato, as coisas ruins que os outros adolescentes dizem ou que, por estar sempre recebendo provocações, deve ser uma pessoa ruim ou desagradável.
As crenças formadas, sobretudo, na infância e na adolescência são carregadas até a vida adulta.
Assim, ela pode continuar pensando que é uma pessoa ruim, que outras pessoas eventualmente vão tratá-la mal ou, ainda, que merece esse tipo de tratamento negativo.
As consequências dessas crenças nocivas são inúmeras: ela pode sabotar os seus relacionamentos antes de adquirir intimidade com os outros e não ter confiança para seguir com os seus objetivos profissionais ou de vida.
O problema das crenças formadas há muitos anos é que elas não correspondem mais a nossa realidade.
Nós acreditamos que sim, pois estamos acostumados a levar a vida tendo essas crenças como direcionamento.
Mas, na verdade, as experiências que vivemos hoje são bem diferentes das que vivemos no passado.
Então, ter os mesmos medos e inseguranças não faz sentido, não é mesmo?
A necessidade de mudar crenças antigas está justamente em quebrar padrões de comportamento prejudiciais que não cabem mais nas nossas vidas.
Dessa forma, podemos aproveitar o presente do jeito que ele é sem estresse e sem amarras.
Por que é difícil modificar crenças antigas?
Modificar crenças alimentadas ao longo de vários anos é tão difícil quanto modificar hábitos reproduzidos todos os dias.
A familiaridade com o que estamos fazendo, pensando e sentindo dificulta a desconstrução do antigo e a construção do novo.
A zona de conforto pode ser muito confortável, mas ela não é o lugar mais adequado para ficarmos por muito tempo. O conforto é limitante.
Nos acostumamos a viver os dias sempre da mesma forma e, quando nos deparamos com desafios, podemos sentir vontade de correr deles ou não saber como superá-los.
De certa forma, as nossas habilidades emocionais e sociais ficam enferrujadas.
Ao mesmo tempo, o conforto é convidativo. É demorado e trabalhoso mudar hábitos e crenças.
Você precisa trabalhar nisso diariamente e, às vezes, o esforço contínuo cansa, podendo levá-lo a retomar os velhos costumes.
Pense assim: é mais fácil você tomar o mesmo trajeto para o trabalho do que um totalmente novo, que exigirá que você pense durante um período do dia no qual não precisava se esforçar para raciocinar.
Consequentemente, você acaba se cansando mais.
Mudar também desperta emoções negativas, visto que verdades desagradáveis podem precisar ser confrontadas.
Por exemplo, pode ser necessário revisitar traumas para entender como eles influenciam o presente.
Entretanto, esse passo é necessário para chegar ao próximo, mais brando e mais perto da consolidação da crença positiva.
Em nossas vidas, às vezes precisamos passar por situações difíceis criadas por nós mesmos, como a decisão de mudar uma crença ou um hábito prejudicial, para crescer.
No começo, pode parecer impossível se desapegar de costumes antigos, mas, com o tempo, você se acostuma com o novo padrão (mais positivo) de comportamento.
Como modificar crenças antigas?
Se o processo para modificar crenças antigas é complicado, como se pode fazer isso?
Existem alguns passos que você pode seguir para alcançar essa mudança.
Eles não são exercícios a serem executados uma única vez.
Pelo contrário, devem se tornar uma parte permanente do seu cotidiano até você alcançar o resultado almejado.
Procurar a ajuda de um psicólogo pode resultar em um processo de mudança menos estressante.
Na terapia, as pessoas naturalmente aprendem mais sobre si mesmas, conversam sobre o passado e compreendem como experiências antigas moldaram o seu jeito de ser.
Assim, iniciar um atendimento psicológico somente para esse propósito pode ser recompensador.
Em seguida, confira algumas dicas para modificar crenças antigas.
1. Identifique as suas crenças predominantes
Para saber o que você precisa mudar, é preciso passar por um processo de identificação de crenças antigas primeiro.
Algumas crenças antigas não são negativas, então não há necessidade de modificá-las.
Se você encontrar crenças assim, mude o foco para as que estão causando problemas na sua vida hoje.
A melhor maneira de identificar crenças limitantes é levantando questionamentos sobre a sua vida.
Em que área você está com mais dificuldades atualmente ou tem tido dificuldades com o passar dos anos?
Pode ser a vida profissional, os relacionamentos amorosos, a autoconfiança, as relações familiares, entre outros.
Em seguida, escreva todas as suas crenças sobre aquela área específica e selecione somente uma para trabalhar.
Já costuma ser difícil modificar uma única crença, então não é aconselhado tentar modificar múltiplas de uma vez só.
2. Encontre mentiras no seu diálogo interno
O seu diálogo interno pode conter mentiras que, após anos de repetição, você acredita se tratar de verdades universais.
É comum as pessoas repetirem coisas como “eu sempre faço isso”, “eu sempre ajo assim” ou “eu nunca consigo fazer isso” quando algo ruim acontece, consequentemente reforçando crenças negativas sobre si mesmas.
Outro pensamento comum é “isso sempre acontece comigo”.
Quando repetido múltiplas vezes, as pessoas começam a acreditar que, de fato, existe uma conspiração silenciosa contra elas, que são azaradas ou que não importa quais atitudes tomam, sempre culminam o mesmo resultado.
Reflita sobre os eventos do passado que o levaram a pensar dessa maneira.
Por que você acredita ser incapaz de fazer algo?
Por que acredita ter as piores reações às situações ou as soluções mais ineficientes para os problemas?
Quais acontecimentos recentes lhe levaram a reforçar essas crenças negativas?
3. Assuma responsabilidade por sua vida
Assumir responsabilidade por sua vida significa aceitar que coisas ruins aconteceram e deixaram feridas emocionais, mas, ainda assim, não lhe governam.
Você é o autor da sua história.
Pode parecer uma frase clichê, mas não deixa de ser a realidade.
É possível mudar a sua vida a qualquer momento, independentemente do que aconteceu no passado ou das palavras ríspidas que você ouviu.
Mesmo que você tenha feito as mesmas coisas exaustivamente por uma década, você pode mudar as suas atitudes assim que tomar essa decisão.
4. Insira elementos positivos na sua história
Quando passamos por situações ruins, podemos ter dificuldade para encontrar os elementos positivos presentes nelas.
Embora eles possam estar ausentes nos momentos de angústia, tristeza e raiva, podem ser encontrados depois.
Por exemplo, graças a uma experiência ruim, você aprendeu a se defender, obteve mais resiliência, ganhou experiência de vida e desenvolveu suas competências emocionais.
Se você falhou em um empreendimento pessoal, pense nos elementos positivos que essa experiência lhe trouxe ou pode lhe trazer. Insira-os quando você pensar sobre a vivência ruim e, aos poucos, você conseguirá ter uma visão diferente sobre o passado.
Da mesma forma, ficará mais fácil se desapegar da experiência ruim.
5. Construa um futuro melhor
Como nome já implica, crenças antigas são coisas do passado e nos levam a viver uma realidade que não existe mais.
O medo do bullying, do julgamento alheio, do sofrimento e de cometer erros persiste mesmo quando as nossas experiências do presente não dão indícios de que isso está ou irá acontecer.
Para ter um futuro melhor e viver um presente mais prazeroso, mantenha o foco no que você pode fazer hoje.
Pense em como você pode reagir às situações de modo a não elevar o seu estresse nem minar a sua autoestima.
Reflita sobre as consequências das suas atitudes do passado e veja se faz sentido reproduzir a mesma conduta no hoje.
Com o tempo, você conseguirá se desvencilhar de padrões de pensamento e comportamento prejudiciais e trilhar um caminho mais saudável e positivo para o futuro.
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Autor: psicologa Marcela Garcia Manochio - CRP 06/120952Formação: Formada há mais de 10 anos pela Universidade de Franca, especialista em Psicoterapia Psicanalítica, membro do Núcleo NEOTA, possui experiência em atendimentos de adultos e terapia de casal, com foco em demandas como transtornos de ansiedade, relacionamentos, conflitos profissionais, depressão...