Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Letícia Batista Lopes - Psicólogo CRP 06/168484
Os limites nos relacionamentos são necessários para promover o bem-estar emocional e a saúde da relação, mas muitas pessoas têm dificuldade para estabelecê-los.
A desregulação emocional por tentar agradar os outros, o sentimento de incômodo ao perceber que alguém tirou ou está tirando vantagem de você e a necessidade de sempre ouvir o que terceiros têm a dizer são sinais da falta de limites em seus relacionamentos.
Saber dizer “não” para conhecidos e pessoas queridas, não importando o nível de intimidade, é essencial para a sua felicidade. Pode ser que doa em você ou no outro, porém essa dor é passageira e, a longo prazo, benéfica para o crescimento pessoal de ambos.
Por que os limites nos relacionamentos são importantes?
As relações humanas são sempre compostas de dois ou mais indivíduos, seja de amizade, profissional ou afetivamente. Esses, por sua vez, possuem personalidades, crenças, necessidades e aspirações distintas.
Logo, é normal que haja colisões de pensamentos e diferenças de opiniões. Independentemente de quanta afinidade você tenha com alguém, sempre haverá divergências em suas personalidades. Os limites servem para proteger o seu “eu” do outro, pois estabelecem uma linha clara entre o que é aceitável ou não.
Imagine duas pessoas em um relacionamento amoroso. Uma gosta de rock, portanto, comparece a eventos ligados a esse gênero musical. Já a outra prefere forró e, por isso, gosta de ir a bailes para dançar.
Essas preferências podem ser pequenas demais para afetar a relação, mas, em cenários reais, podem até causar brigas se o casal não souber respeitar o gosto do outro e não permitir que o parceiro se divirta ao ouvir o seu gênero musical preferido. As diferenças, por menores que sejam, devem ser respeitadas.
Os limites nos ajudam a definir regras para nós mesmos, as quais consequentemente são passados para os outros por meio da convivência – ou do diálogo, quando necessário.
Por exemplo, se você não gosta de forró ou rock, decide que não irá ouvir músicas desses estilos ou ir à eventos em que eles estejam tocando. Este já é um tipo de limite.
Ao deixar essas pequenas coisas claras para quem você convive, relacionar-se com elas fica bem mais simples. Você sabe o que quer e o que não quer, então, não se coloca em situações desagradáveis ou estressantes.
Se o outro ficar chateado com você por isso, você pode explicar a ele o raciocínio por trás daquele limite. E, se mesmo com esse conhecimento ele continuar desrespeitando os seus limites, você já consegue definir se essa relação é boa para você ou não.
O que a falta de limites causa nos relacionamentos?
A falta de limites nos relacionamentos abre portas para que outras pessoas tomem decisões por você, determinem os seus pensamentos, se intrometam em assuntos íntimos e tentem mudar traços de personalidade e hábitos com os quais você está confortável.
Nos relacionamentos abusivos, por exemplo, há um claro desequilíbrio de poder. Uma pessoa acredita que pode mandar na outra e, assim, definir com quem ela pode interagir, como deve se vestir e como deve pensar e se sentir a respeito da relação.
Em relações tóxicas com familiares ou amigos, uma pessoa pode ser obrigada a desmarcar compromissos com frequência para estar à disposição do outro, mudar o seu estilo de roupa e até terminar um relacionamento com alguém amado para agradar o próximo.
Os limites nos relacionamentos, não importa a natureza, podem ser físicos ou emocionais.
Em uma relação afetiva é importante deixar claro para o parceiro o quanto você está confortável com toques, espaço pessoal, afetividade e privacidade. Uma violação dos seus limites pode deixá-lo abalado e mostrar que o outro não se importa tanto assim com o seu bem-estar.
Os limites emocionais são igualmente importantes. Eles determinam o quanto você está disposto a se envolver em um relacionamento, bem como quais são as suas necessidades e visão de mundo.
Quando você começa a sacrificar o seu bem-estar para agradar o outro ou a permitir que ele tome responsabilidade por suas decisões, você acaba se afastando da sua verdadeira essência. Esse distanciamento resulta em muito sofrimento emocional, o qual pode evoluir para uma ansiedade ou depressão.
Por que isso é tão comum?
Somos condicionados desde pequenos a agradar o próximo. Isso significa não discordar, não dar a sua opinião, não ser totalmente sincero e não tocar em assuntos considerados desagradáveis (mas que às vezes são bem necessários).
Esse comportamento voltado ao outro acaba fazendo com que algumas pessoas esqueçam de si mesmas.
Elas acreditam que precisam ceder para não sofrerem rejeição, não ficarem “mal faladas” e não serem vistas de uma forma negativa. Assim, aprendem a dizer ‘sim’ quando querem dizer ‘não’ e a lidar com o desconforto emocional resultante disso.
Essa postura é recorrente, sobretudo, em relacionamentos amorosos. Com medo de perderem o parceiro e ficarem sozinhas, as pessoas se submetem a coisas as quais nunca imaginaram que fariam.
Na verdade, no fundo, quem faz isso não tem confiança o suficiente em si mesmo.
Esses indivíduos não acreditam serem capazes de suprir as suas próprias necessidades emocionais e temem sofrer com a opinião alheia sobre quem realmente são.
Em outras palavras, não se conhecem e se deixam levar pelo que os outros dizem.
Esse comportamento tende a ser inconsciente. Esses indivíduos geralmente possuem autoestima baixa, problemas emocionais provenientes de traumas e carência afetiva.
Definir limites saudáveis nos relacionamentos significa assumir a responsabilidade por suas ações e emoções, ao mesmo tempo em que não é assumida a responsabilidade pelo que o outro sente e faz. Ou seja, é preciso pensar em você.
Como definir bons limites nos relacionamentos?
Se você tem dificuldade para estabelecer limites nos relacionamentos, fazer isso pode ser difícil no começo.
As suas primeiras tentativas podem deixar uma sensação ruim no seu peito e incomodar o outro. Ele pode até ficar magoado por um tempo com você.
Mas lembre-se que esse é um passo necessário para tornar a convivência diária mais saudável e duradoura, além de conquistar mais autonomia em sua vida. Não se desespere com reações negativas e deixe o tempo agir.
Em seguida, separamos alguns conselhos de psicólogos para ajudá-lo a passar por essa experiência.
1. Reflita como você se sente sobre o relacionamento
Você pode não ter certeza de quais limites são necessários para tornar um relacionamento mais agradável. Quando convivemos com alguém, muito do que fazemos, dizemos e pensamos é decorrente do costume com a dinâmica da relação.
Para sair do piloto automático, você pode se perguntar:
- Quão frequente eu me preocupo com o que o outro pensa de mim?
- Eu me sinto culpado por querer fazer as coisas do meu jeito?
- Quando foi a última vez que falei ‘não’ para alguém?
- Quando foi a última vez que falei ‘sim’ quando não queria?
- Eu acredito que mereço respeito por ser quem eu sou ou preciso fazer algo para recebê-lo?
As suas respostas vão lhe ajudar a encontrar tendências negativas nos seus relacionamentos e em seu modo complacente de agir. Ao identificá-las, você conseguirá elaborar estratégias para definir limites correspondentes às suas necessidades.
2. Comece a agir com honestidade
Diga sim somente quando você realmente quer fazer alguma coisa, expresse seus verdadeiros sentimentos e opiniões e diga ao outro quando você está desconfortável. Não tema ser rejeitado ou receber uma resposta atravessada.
Ser honesto, para muitos, significa ser bruto ao falar com o próximo. Mas existem maneiras simples de se ter uma conversa complicada ou rejeitar um convite. Trate os demais com a delicadeza com a qual você gostaria de ser tratado.
Com o tempo, agir com honestidade consigo mesmo e os outros passará a ser normal e, ainda, lhe trará muita felicidade.
As pessoas vão naturalmente perceber os seus limites pessoais e, quando isso não acontecer, o desconforto em deixá-los evidentes não o atingirá mais.
3. Fale com um profissional
As razões para você ter dificuldade em estabelecer limites podem estar envoltas de questões emocionais mal resolvidas, traumas ou autoimagem negativa.
Desse modo, você pode tentar modificar a maneira como age e não obter o resultado desejado.
Neste caso, conversar com um psicólogo pode ajudar.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, visa auxiliar pacientes a interpretarem sentimentos, pensamentos e opiniões sobre si mesmos e os outros do jeito que realmente são.
No decorrer da terapia, as mentiras contadas para sustentar comportamentos disfuncionais são substituídas por verdades. Como resultado, as pessoas conseguem tomar decisões coerentes e pensar com mais clareza.
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Autor: psicologa Letícia Batista Lopes - CRP 06/168484Formação: A psicóloga Letícia Lopes é graduada pela Universidade Paulista, pós-graduada em Saúde Mental pelo CEPPS e possui formação em TCC Terapia Cognitivo Comportamental pelo CETCC. Atua em seus atendimentos utilizando predominantemente a abordagem Humanista.