Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos e os psicólogos que fazem terapia online por videochamada. Autor: Vitória Appoloni Correia - Psicólogo CRP 06/143864
A ansiedade oriunda da pandemia do novo coronavírus pode persistir, mesmo com a vida lentamente voltando à normalidade.
À medida que a economia reabre e os estados começam a afrouxar o isolamento social, ainda assim temos de nos preparar mentalmente para um novo normal.
Precisamos ter um cuidado maior ao retomar a socialização bem como outros comportamentos anteriores ao COVID-19 em sua vida.
Não hesite em procurar ajuda profissional de um psicólogo se o estresse da reabertura estiver afetando negativamente sua saúde mental.
Se você está ansioso ou preocupado com a vida durante a pandemia do coronavírus, acredite, não está sozinho.
À medida que saímos de nossas casas para retomar o trabalho, fazer compras, jantar fora, fazer exercícios e a vida cotidiana, muitos de nós passamos a ver essas decisões de rotina com outros olhos.
Hoje, enfrentamos uma a realidade de saúde e bem-estar financeiro muito diversa do que era antes do isolamento social.
Além disso, ainda há muita coisa que não sabemos. Como é seguro retomar a vida cotidiana sem uma vacina ou cura? E como devemos nos sentir sobre os estados estarem em diferentes cronogramas? Mesmo quando as coisas se flexibilizam, ainda existem sentimentos e pensamentos receosos sobre estar perto de outras pessoas.
Diante disso, trazemos algumas dicas para quem está retomando, lentamente, sua rotina de sair de casa e voltar ao escritório. E também, para ajudar àqueles profissionais que nunca pararam e se colocam em risco todos os dias. Confira!
Como gerenciar a ansiedade do retorno ao trabalho externo
Não há como negar que o COVID-19 impactou nossa saúde mental.
Mas agora, quando começamos o processo de retomar nossas vidas e a economia, muitas pessoas estão equilibrando a necessidade de socializar e recuperar algum tipo de normalidade com os perigos remanescentes de estar em espaços lotados e potencialmente arriscando a exposição ao vírus.
Uma das principais preocupações é como lidar com o estresse e a ansiedade de que as pessoas ao seu redor possam estar infectadas ou contagiosas. Ou que as pessoas desconfiem o mesmo de nós.
Para ajudar a aliviar parte dessa ansiedade de medo, a primeira coisa que os psicólogos recomendam é que você faça apenas o que é confortável para você e siga seu próprio ritmo.
Temos que pensar nisso como uma estratégia de longo prazo, ao longo de meses ou provavelmente um ano ou mais.
Leve o tempo que precisar com o processo e não deixe ninguém forçá-lo a se “sentir à vontade” buscando apenas que você volte ao normal rapidamente.
Além de ir ao seu próprio ritmo, um bom lugar para começar é se concentrar nas coisas que você realmente tem controle, como o seu comportamento em relação ao vírus, uma vez que é a melhor estratégia quando temos incerteza.
Isso inclui ser factual e específico com seus pensamentos, porque a preocupação é inimiga disso.
Não temos ideia de quem está infectado ou não, por isso ainda precisamos nos distanciar socialmente, lavar as mãos com frequência, higienizar superfícies e objetos.
Também é importante estar ciente e regularmos os artigos e notícias que recebemos. E saber distinguir as notícias falsas.
A partir daí, podemos continuar a fazer coisas para manter um forte sistema imunológico, como estar fisicamente ativo, dormir sete ou oito horas e nos conectar com duas ou três pessoas que o conhecem bem.
Quanto à necessidade de socializar, mesmo que estejamos com grande necessidade de recuperar isso, é importante mantermos a distância do toque.
Além disso, esteja ciente das pessoas com as quais você se cerca. Existem pessoas com quem você conversa que aumentam sua ansiedade ou diminuem sua ansiedade sobre esse problema? Busque pessoas que te agregam e não as que te geram ainda mais ansiedade.
Por que ver pessoas usando máscaras está contribuindo para a ansiedade da retomada da normalidade
Para muitas pessoas, andar com uma máscara cercada por outras pessoas usando-as também provoca sentimentos de medo e incerteza.
As pessoas sentem ansiedade e medo ao usar uma máscara ou ao ver outras pessoas usando-as.
Isso acontece porque é um lembrete visual e constante da ameaça que estamos enfrentando. A máscara simboliza o vírus que espreita por aí e inflama o medo e a sensação de falta de controle e de um inimigo invisível.
Muitas pessoas também estão lutando com revestimentos faciais porque nos impedem de nos enxergar. Ver rostos é um aspecto muito importante da nossa socialização. Não ver rostos remove nossa familiaridade e reduz a nossa conexão.
Vestir ou ver alguém usando uma máscara também nos remete à ideia de perigo. E isso leva nosso inconsciente a agir. Podemos entrar no modo de luta ou fuga, e viver nesse estado constante de hiper excitação nos afeta fisicamente, mentalmente e emocionalmente.
Para minimizar os efeitos dessa hiper excitação, tente fazer as seguintes dicas:
- Pratique a atenção plena, a respiração profunda ou a meditação;
- Atenha-se a horários regulares para dormir e acordar;
- Faça exercícios durante o dia;
- Não tenha medo de usar o choro como uma liberação, pois pode ajudar a lidar com a raiva;
- Converse com um amigo que tenha empatia, membro da família ou terapeuta;
- Escreva ou se envolva em atividades criativas (pintura, dança etc.);
- Visualize-se seguro e saudável.
Se você sentir que a sua ansiedade aumenta enquanto caminha com uma máscara, pare onde está e respire fundo.
Também é uma boa ideia lembrar do motivo a levá-lo a sair e lembrar que está fazendo o melhor possível para manter-se seguro.
Também é bom lembrar que coisas como lavar as mãos, distanciar-se socialmente e usar uma máscara ainda são formas de controle. Isso reduz o medo e a ansiedade.
Também é benéfico lembrar-se de que usar uma máscara é um ato de bondade e cuidado com os outros.
À medida que diferentes partes do Brasil vão retomando a rotina em seu próprio ritmo, é importante perceber que agir, sentir e ser normal parecerão diferentes agora. Saber que você tem total controle para se manter seguro pode facilitar a aceitação da mudança.
Afinal, não é o espaço lotado que é a fonte de perigo, é o vírus.
Usar equipamento de proteção, como uma máscara e permanecer vigilante, como agora estamos acostumados a fazer, reduz drasticamente o risco de infecção.
Além disso, o exercício da prudência, atendendo às nossas necessidades emocionais e sociais de maneira responsável também ajuda a reduzir a ansiedade.
Podemos avaliar a necessidade ou os benefícios em comparação com os riscos associados a lugares e situações específicos.
Por exemplo, a necessidade de compras de supermercado pode ter precedência para a maioria de nós, apesar dos riscos.
Além disso, cortar o cabelo ou ir à academia pode compensar os riscos para muitos de nós, enquanto frequentar baladas que são espaços naturalmente lotados pode ser uma situação de exposição desnecessária.
Mas tenha em mente que quem define se o risco vale a pena somos nós.
Para alguns, ir a um restaurante é realmente necessário e para outros, não é importante.
Ele enfatiza a necessidade de aceitar nossos próprios limites e fronteiras e resistir à pressão das escolhas de outras pessoas.
Por que é normal sentir medo
As notícias e as redes sociais indicam que muitas pessoas estão felizes por saírem da quarentena.
Mas e se você tiver emoções contraditórias sobre a flexibilização do isolamento social? É normal ainda sentir medo?
Sim. Depois de tudo o que vimos nas notícias durante a pandemia e experimentamos na vida real, sentir medo, estresse, ansiedade e até mesmo alguns sintomas de depressão, é 100% normal.
Dito isto, é importante trabalhar com esses sentimentos e explorar maneiras de lidar com isso.
Para algumas pessoas, particularmente aquelas dentro do grupo de risco, continuar permanecendo em casa pode ser preferível, por enquanto.
Embora possa parecer estranho ou desconfortável no começo, é possível que a maioria de nós retorne com segurança a algum tipo de“ normal ”dentro de um prazo razoável.
Não é apenas normal sentir medo, mas é muito apropriado. Quanto mais desconhecido é algo, menos controle sentimos que temos e mais nossos sentimentos de ansiedade e medo são acentuados.
É por isso que é importante saber que podemos ouvir nossos sentimentos de medo ou que podemos agir de maneira diferente, apesar deles. Mas o mais importante é reconhecer e validar os sentimentos que experimentamos normalmente.
Não é incomum que algumas pessoas continuem preocupadas ou evitem voltar ao cotidiano.
No entanto, é necessário ter cuidado e não permitir que a preocupação se transforme em ansiedade e medo, ou nossa vida pode se tornar muito limitada. E, novamente, seja factual.
Como vimos nesse artigo, apesar de a vida estar, lentamente, retomando seu ritmo em alguns estados e cidades, sentimentos de medo e ansiedade podem ser mais duradouros.
O autocuidado e, principalmente, respeitar nosso ritmo, pode nos ajudar nessa fase de transição.
Em caso de dúvidas ou dificuldade para lidar com toda essa situação, procure a ajuda de um psicólogo.
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Autor: psicologa Vitória Appoloni Correia - CRP 06/143864Formação: Especialista em Análise do Comportamento Aplicada, atua com TCC - Terapia Comportamental e é pós-graduada em Sexualidade Humana e Sexologia, atua em seu consultório particular com demandas de ansiedade, relacionamentos, depressão, terapia de casal e vida profissional...